Por Mónica Pelliza (NEL)
Assuntos de família, seus enredos na prática é o tema que nos propõe o VIII ENAPOL.
Através de uma análise se tenta esgotar a construção fantasmática, chamada por Freud de romance famíliar. Trata-se de que, ao tomar a palavra, o ser falante acredita que fala por si, mas, na verdade, é falado pelos Outros, pela família. O fundamento do inconsciente se sustenta na maneira como lalíngua foi falada e escutada por cada um.
Lacan se surpreendia com o fato de os analisantes não fazerem senão insistir sobre suas relações de parentesco.
O assunto da análise, em dado momento, é desenredar este complicado emaranhado dos assuntos familiares e, em seguida, desprender-se dessa construção.
A família, seja qual for a maneira como está constituída, em sua função de transmitir a impossibilidade do gozo e o desejo, é estruturante para o sujeito humano. O sinthoma é uma expressão da singularidade com que o sujeito torna próprio o gozo herdado do casal parental.
Tradução: Vera Avellar Ribeiro