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SEGUNDO ARGUMENTO
Do amor repetição ao novo no amor Se “a análise nos incita a esse lembrete de que não se conhece nenhum amor sem ódio” quer dizer que não estamos de todo nas antípodas do ENAPOL anterior. Com efeito, o amor repetição, narcisista, pulsional, o amor ao ser, à unidade imaginária e ao complemento, com este empuxo a fazer Um de dois, produz sofrimento, gozo, indignação perante esperanças vãs e, às vezes, violência. Isto não cessa de chegar a nossos consultórios. Com a psicanálise, o amor em sua vertente de repetição produziu no século XX uma nova enfermidade na civilização: a neurose de transferência, não sem este traço genuíno do amor ao analista, como indica Freud. Um novo amado diferente da figura do médico terapeuta. Este amor repetição traz consigo um “não querer saber” do gozo. É a paixão da ignorância entrelaçada à paixão amorosa. Freud a chamou “amor à comodidade” ligada ao desejo de continuar dormindo. Em seu seminário sobre o novo, Miller sustenta que “na psicanálise, tentamos enganar o retorno do mesmo”
Alejandro Reinoso (NEL)
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