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O amor ao próximo São Martinho e Salomão
(...) Será que esse apólogo ilustra o amor ao próximo no sentido do Tu amarás teu próximo como a ti mesmo? A ação de São Martinho ilustra esse princípio, como esclarece Lacan, sob a forma particular do Tu não amarás mais do que a ti mesmo. A partilha do manto traduz esse como a ti mesmo de modo quase risível, indicando, manifestamente, um até aqui, mas não mais longe. (...) (...) O sujeito feminino, sob a forma do Quem não tem, é especialmente valorizado. Ele não se resigna, não implora, mas toma, rouba e mente. Ele também é capaz de dar a resposta do amor que falta ao apólogo de São Martinho no qual, longe dos extremos, ele somente aparece sob a forma da caridade. (...) (...) Onde situar esse ti-mesmo no mandamento Amarás teu próximo como a ti mesmo? Ali onde se ama, no campo do narcisismo? Ali onde se permite o luxo, o supérfluo, no campo do desejo? Amar-se como sujeito do gozo é outra história. Se o cerne de mim mesmo é meu gozo, eu não sou amável.(...)
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