Henri Kaufmanner (EBP)
Em novembro de 2018, durante o XXII Encontro Brasileiro do Campo Freudiano, Éric Laurent, convidado do evento, gentilmente acolheu o convite que lhe foi feito pelos diretores do IX ENAPOL – Ana Lydia Santiago e eu, Henri Kaufmanner – para nos falar sobre “Ódio, Cólera e Indignação”.
Ele nos presenteou com uma viva e esclarecedora elaboração, transitando, não apenas pelas contribuições de Freud e o ensino de Lacan, como também por outros autores clássicos e contemporâneos que discorreram sobre o tema.
A extensão e riqueza do material, nos levou a optar por sua divulgação subdividida em alguns vídeos, demarcados a partir das perguntas que lhe foram formuladas.
Este Boletim OCI divulga o primeiro vídeo, que será seguido pelos outros, a serem divulgados nos próximos OCI.
Chega, portanto o momento para todos os leitores do OCI poderem desfrutar desta orientação tão especial.
Aproveitem e se inspirem para a escrita de seus trabalhos para o IX ENAPOL!!
Ana Lydia Santiago pergunta a Éric Laurent
Começo pelo ódio edípico, que, segundo Freud, desempenha um papel importante na constituição de massas e acaba com o sentimento de culpa. Gostaríamos que você nos falasse sobre o que, hoje, é o sentimento de culpa.
Na mesma linha de reflexão, destaco que o ódio, ponto de partida da constituição de massas, não desaparece plenamente e mantém-se na base da rivalidade entre comunidades, constituindo o que se designa identificação segregativa. Considerando-se esse ódio que permanece, a identificação desegregativa, conforme você propôs em sua conferência, pode ser pensada como algo da ordem do significante, para tratar o ódio que subsiste na operação de constituição de grupos?
Confira no vídeo!