Ana Lydia Santiago (EBP)
OCI 4 sai à luz trazendo questões importante sobre as formas do ódio e algumas práticas odientas ancoradas no fenômeno da identificação ou da perda da capacidade de diferenciar o bem do mal, ambos facilitados por ideologias que se sustentam no ódio e na segregação. Os escritores que dão ensejo a tais questionamentos são Daniel Goldhagen, cientista político que escreveu o polêmico livro Os carrascos voluntários de Hitler [1996], Hannah Arendt, com seu esforço para explorar os desvãos de uma época que colocou a violência no centro da política em As origens do totalitarismo [1951], o cineasta Michael Haneke, em seu filme A fita branca [2009], que procura a origem do crime de ódio e aponta a educação rígida como uma causas fundamentais, e o músico argentino Charly García.
Nos textos deste Boletim, nossos colegas privilegiam, em suas reflexões, a atualidade do momento e interrogam fatos diversos noticiados na mídia, em que se destaca o lado mortífero do amor ao próximo: “Eu te amo, mas porque inexplicavelmente amo em ti algo mais do que tu – o objeto a minúsculo – eu te mutilo”.
Na perspectiva de uma diferenciação entre as paixões do ódio, da cólera e da indignação, dois textos introduzem a questão de saber o que é a indignação, não apenas na relação do sujeito com o Outro, mas como “um laço do inconsciente e o real através do a em um corpo vivo (que) não é possível sem a pulsão”.
Desejo-lhes uma boa leitura!