Por Gustavo Sobel (EOL)

Lacan, em seu ensaio “Os complexos familiares na formação do indivíduo”, propõe a seguinte tese:

“Os complexos familiares cumprem, nas psicoses, uma função formal: temas familiares que prevalecem nos delírios, por sua conformidade com a parada que as psicoses constituem no eu e na realidade; nas neuroses, os complexos exercem uma função causal: incidências e constelações familiares que determinam os sintomas e as estruturas segundo os quais as neuroses dividem, introvertem ou invertem a personalidade”.[1] 68

A partir desse definição dada no início da doutrina da psicanálise, podemos inferir dois modo de articulação dos assuntos de família em relação com o sintoma. Para alguns, os “incidentes e constelações” se tornam uma causalidade. Para outros, em contrapartida, os assuntos são “temas” que tornam uma função formal.

A afirmação me parece interessante para interrogar-nos sobre que incidência os assuntos familiares têm, e qual lhes damos, em nossa prática nos dias de hoje. Terão um valor causal o sue tratará do envelope formal do sintoma? Como um começo de resposta, penso que eo uso que se faça dos assuntos de família em uma análise dependerá da posição singular com a qual cada analisante s refere a eles. A pregunta também permanece formulada para a conversação, tendo em vista nosso próximo Encontro.

Novembro de 2016

NOTAS

  1. Lacan, J., “Os complexos familiares na formação do indivíduo. Ensaio de análise de uma função em psicologia”, Outros Escritos, Rio de Janeiro: JZE, 2003, p. 68.