O argumento desta XI ENAPOL mergulha-nos numa atmosfera de investigação. Isto levou-nos a tomar como bússola da nossa bibliografia a referência de J. Lacan no Seminário A Angústia a respeito da função da chave.

Com relação à constituição de um saber “num trabalho de elaboração da análise, o qual diremos mais comunitário do que coletivo, entre os que têm a experiência dela, os analistas, que se torna concebível um trabalho de agregação que justifique o lugar passível de ser assumido por um ensino como o que se faz aqui (…) é por existir, segregada pela experiência analítica, toda uma literatura que se chama teoria analítica, (…) e é ela que exige que eu faça algo que vá além da agregação, algo que deve caminhar, através dessa agregação da teoria analítica, no sentido de nos aproximar do que constitui sua fonte, a saber, a experiência”1.

Esta indicação põe a via de acesso a este saber distante das analogias e dos catálogos, e propõe, pelo contrário, a terceira via, sob o índice da função da chave 2.

Vocês encontrarão em nossa bibliografia um instrumento com a função de chave, que lhes permitirá a abertura ao igual, ao díspar, a uma ordem, a diferentes momentos, aos entrecruzamentos, ao refratário ao conceito e seus tratamentos na teoria para encontrar – tomara – um ponto de apoio ao trabalho que nos propomos nesta ocasião: “Começar a se analisar”.

Segue nossa bibliografia a partir das questões que o argumento nos coloca. As ofereceremos em quatro entregas que, esperamos, acompanhem a investigação de vocês. Parafraseando Freud, esperamos que aqueles que procuram, encontrem aqui mais do que esperavam encontrar.


1 Lacan, J. (2005[1962-63]) O Seminário, livro 10: A angústia. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editor, p. 26.

2 Id ibid., p. 30.