Skip to content

CONEXÕES: ACALANTOS DA AMÉRICA

Andreina Solórzano
Estela Castillo
Maggie Jáuregui
Miguel Ramírez
Comissão do Boletim Tambor (NEL)

 

Cada cultura possui suas próprias formas de acalanto, canções de ninar adaptadas às estruturas rítmicas e melódicas próprias da música folclórica de sua região.

No vídeo, vocês poderão escutar, primeiramente, um acalanto em um conjunto de línguas indígenas e originárias do México, o náhuatl que significa “coisas que soam bem, som claro ou ordenado”[1].

A segunda é uma canção de ninar mapuche que é a língua nativa do Chile e de parte da Argentina.      Este acalanto é interpretado por Beatriz Pichi Malen, cantora argentina de origem mapuche[2].

A terceira canção de ninar é um acalanto wayuunaiki[3]. Os wayuú ou guajiros são indígenas da península de La Guajira, sobre o mar do Caribe, que habitam, principalmente, o norte do departamento de La Guajira na Colômbia e o norte do estado Zulia na Venezuela[4].

A quarta é uma canção de ninar dos guaranis, um grupo de vários povos nativos sul americanos, localizados no Paraguai, norte da Argentina, sul e sudoeste do Brasil, sudoeste da Bolívia e em algumas zonas do Uruguai[5].

Por último, uma canção de ninar quechua interpretada por Luzmila Carpio, cantora quechua de origem boliviana[6]. Os quechuas habitam Cusco, no Peru, grande parte da Bolívia, o norte da Argentina e do Chile, expandindo-se até a Colômbia e o Equador.

Convidamos a todos a desfrutar destes acalantos, ressaltando na escuta isso que escapa ao sentido, que vai além da interpretação, o que re-percute no corpo com o ritmo que caracteriza cada canção de ninar que aqui apresentamos, suas escansões.

 

(Investigação e elaboração de textos: Maggie Jáuregui/Andreina Solórzano. Realização e edição de vídeo: Maggie Jáuregui/Estela Castillo. Voz em off: Andreina Solórzano/Miguel Ramírez)

 

Tradução: Eduardo Vallejos da Rocha
Revisão: Lucila Darrigo


[1] Página do Governo de México. Sistema de Informação Cultural (SIC México). Disponível em https://sic.gob.mx/ficha.php?table=inali_li&table_id=5

[2] Chama-se Norma Beatriz Berreta, nascida em Los toldos, Buenos Aires. É tataraneta do cacique mapuche Ignacio Coliqueo. Em uma entrevista, comenta a respeito de seu nome artístico: “Quando somos crianças, somos chamados de Pichi, que é a palavra usada antes de qualquer substantivo para indicar que algo é pequeno. Se eu digo Malen, quero dizer mulher. E se eu digo Pichi Malen, quero dizer mulherzinha. Essa é a ideia”. Site Espacio angular, disponível em https://espacioangular.org/el-canto-como-resistencia-entrevista-a-la-cantora-mapuche-beatriz-pichi-malen

[3] Língua nativa dos Wayuú.

[4] Disponível em: https://es.wikipedia.org/wiki/Pueblo_way%C3%BA

[5] Esta canção de ninar é uma canção tradicional paraguaia que transcende fronteiras quando cantada por Mariela Vitale, atriz e cantora argentina, no filme “El niño pez”, baseado no livro homônimo de Lucía Puenzo.  

[6] Em outubro de 2023, Luzmila foi reconhecida pela revista Rolling Stone como um ícone da música folclórica latino-americana, reconhecida por sua inconfundível voz de soprano que imita o canto dos pássaros.