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CONCEBER UMA CRIANÇA[1]

12 de junho de 2025

 Christiane Alberti[2]  Conceber  O título que vocês deram a esta Jornada[3] chama a atenção de imediato por seu caráter moderno, afinado com a vanguarda da atualidade. De fato, a escolha do termo “conceber” já implica algumas consequências que merecem ser assinaladas. A própria palavra conceber nos interpela, sobretudo quando consideramos sua origem latina – concipere, que significa ‘conter completamente’ –, de onde veio, “formar em si mesmo uma criança”. Assim, a palavra foi primeiramente introduzida para expressar a ideia de “formar uma criança em si” e, simultaneamente, adquiriu um sentido intelectual: “representá-la para si no pensamento”. Desde sua origem, o…

RUBRICA EIXO 4: COMO FALAR COM O FEMININO?

12 de junho de 2025

Margarida Elia Assad – EBP/AMP São muitas as manifestações do que se extravia na constituição do falasser. Ao assistirmos a série Adolescência, muito comentada nas redes sociais, ficamos pensando sobre o quê  falar com esses sujeitos que acabaram de sair do que chamamos Infância, tradicionalmente chamados de púberes ou adolescentes, e se mostram desorientados em relação às parcerias sexuais. Penso mais em escutar do que falar; o que escutamos quando vemos uma geração desorientada, angustiada e sem rumo? O que está acontecendo? Como psicanalistas, somos advertidos pela revelação freudiana de que enquanto ser-para-o-sexo, somos também ser-para-a morte. Quando atravessamos uma…

CITAÇÕES E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS – LANÇAMENTO NO XII ENAPOL – EDIÇÕES EM FRANCÊS E ESPANHOL

12 de junho de 2025

SER MÃE – Mulheres psicanalistas falam da maternidade Sob a direção de Christiane Alberti   Introdução atualizada da presidente da Associação Mundial de Psicanálise. Ser mãe — isso parecia simples e natural! Fim das evidências. A mãe se pluraliza — biológica, simbólica, doadora, de aluguel. A figura do “responsável parental” apaga a distinção entre pai/mãe. A ciência levanta o véu sobre o desejo de ter filhos, agora emancipado das relações com o outro sexo e dos limites da natureza. A modernidade desnuda todas as fantasias do desejo de maternidade — a criança com a qual sonho, do jeito que quero…

CITAÇÕES E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

12 de junho de 2025

FREUD  “O segundo grande problema a ocupar a mente de uma criança – um pouco mais tarde, sem dúvida – é o da origem dos bebês. Isso geralmente é despertado pelo indesejado nascimento de um irmão ou de uma irmã. …Os que sabem interpretar os mitos e as lendas podem identificá-lo no enigma que a Esfinge de Tebas apresenta a Édipo. As respostas usualmente concedidas à criança danificam seu genuíno instinto de investigação e, via de regra, também desferem o primeiro golpe na confiança que ela deposita em seus pais. Dessa data em diante, geralmente começa a desconfiar dos adultos…

CONEXÕES: ACALANTOS DA AMÉRICA

12 de junho de 2025

Andreina Solórzano Estela Castillo Maggie Jáuregui Miguel Ramírez Comissão do Boletim Tambor (NEL)   Cada cultura possui suas próprias formas de acalanto, canções de ninar adaptadas às estruturas rítmicas e melódicas próprias da música folclórica de sua região. No vídeo, vocês poderão escutar, primeiramente, um acalanto em um conjunto de línguas indígenas e originárias do México, o náhuatl que significa “coisas que soam bem, som claro ou ordenado”[1]. A segunda é uma canção de ninar mapuche que é a língua nativa do Chile e de parte da Argentina.      Este acalanto é interpretado por Beatriz Pichi Malen, cantora argentina de origem…

RUBRICA EIXO 3: COM A CRIANÇA

12 de junho de 2025

Manuel Zlotnik – EOL/AMP Em outras épocas, não se deixava a criança falar. “Você não sabe o que é fome!”[1] disseram ao nosso colega Alejandro Reinoso quando era criança, e isso o calou. A criança não sabia, não tinha experiência nem conhecimento, portanto, não podia falar. Os mais velhos falavam e os mais novos se calavam; era a época da supremacia do Nome do Pai. Hoje, os tempos mudaram drasticamente. Com a Declaração dos Direitos da Criança e a livre demanda, a criança fala e isso transforma-se em um mandato. O que ela diz é tomado literalmente e, em muitos…

No berço do acorde[1]

6 de junho de 2025

Maria Josefina Sota Fuentes[2] Desde já agradecendo ao Bureau da FAPOL e às organizadoras responsáveis do XII ENAPOL por este convite, começarei pelo ponto de partida do inspirado argumento de Fernanda Otoni[3]: “Partimos daí, do desejo de fazer falar isso que fala a cada um. […]. Mas como fazer falar no ENAPOL essa língua imperfeita?” A via encontrada foi “falar com a criança, porque não fazemos outra coisa numa análise do que fazer falar a criança”. De entrada, pareceu-me importante sublinhar que em uma análise falamos e fazemos falar à criança que nos habita partindo de uma concepção da linguagem…

Crianças inquietantes[1]

6 de junho de 2025

Jorge Chamorro[2]  O que é uma criança? Lembro que Sigmund Freud fala de “o visto e o ouvido”, como as primeiras marcas da pulsão no sujeito. Em relação a essa formulação é necessário acrescentar: o que é falado pela criança. Isso me permite sublinhar dois pontos sobre a criança: O visto, o ouvido e o falado. A neurose infantil. Acrescento ao primeiro ponto que o falado tem efeitos importantes na própria criança e nos outros. No segundo ponto, substituímos neurose infantil por estrutura. Essa substituição modifica a temporalidade, já não se trata da duração do tempo – criança, adolescente, adulto,…

Rubrica Eixo 2 – FICÇÃO E CANTO DA PALAVRA

2 de junho de 2025

Gisela Smania – EOL/AMP Uma análise implica enlaçar-se de maneira original com o fato de falar. Destinadas a dar voltas no dizer, as recordações encontram seu lugar, imediatamente, como pedaços de vida exercidos em nome da história, impressões, peças infantis que “a memória – suspeitosamente – acredita que reproduz”[1] e que carregam o anseio da revelação, o lampejo fugidio da verdade com o qual o inconsciente sonha. Mas, como anuncia Lacan em seu último ensino, com a hora do real, “não há verdade que, ao passar pela atenção, não minta. O que não impede que se corra atrás dela”[2]. Alguns…

Entrevista com Silvia Pino – EOL/AMP “Não há relação sexual, há um excedente de sexualidade”

2 de junho de 2025

No presente vídeo, Silvia Pino, psicanalista membro da EOL e da AMP, nos convida a extrair do texto de orientação para o XII ENAPOL de Jacques-Alain Miller, ‘O estatuto do trauma’, uma fecunda chave de leitura que nos permitirá situar: a passagem de falar com a criança para falar com a criança na experiência analítica. E um extra: ela nos presenteia com referências bibliográficas imprescindíveis, ótimas para animar vocês, queridos colegas, ao ritmo da escrita!