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RUBRICA EIXO 4: COMO FALAR COM O FEMININO?

12 de junho de 2025

Margarida Elia Assad – EBP/AMP São muitas as manifestações do que se extravia na constituição do falasser. Ao assistirmos a série Adolescência, muito comentada nas redes sociais, ficamos pensando sobre o quê  falar com esses sujeitos que acabaram de sair do que chamamos Infância, tradicionalmente chamados de púberes ou adolescentes, e se mostram desorientados em relação às parcerias sexuais. Penso mais em escutar do que falar; o que escutamos quando vemos uma geração desorientada, angustiada e sem rumo? O que está acontecendo? Como psicanalistas, somos advertidos pela revelação freudiana de que enquanto ser-para-o-sexo, somos também ser-para-a morte. Quando atravessamos uma…

RUBRICA EIXO 3: COM A CRIANÇA

12 de junho de 2025

Manuel Zlotnik – EOL/AMP Em outras épocas, não se deixava a criança falar. “Você não sabe o que é fome!”[1] disseram ao nosso colega Alejandro Reinoso quando era criança, e isso o calou. A criança não sabia, não tinha experiência nem conhecimento, portanto, não podia falar. Os mais velhos falavam e os mais novos se calavam; era a época da supremacia do Nome do Pai. Hoje, os tempos mudaram drasticamente. Com a Declaração dos Direitos da Criança e a livre demanda, a criança fala e isso transforma-se em um mandato. O que ela diz é tomado literalmente e, em muitos…

Rubrica Eixo 2 – FICÇÃO E CANTO DA PALAVRA

2 de junho de 2025

Gisela Smania – EOL/AMP Uma análise implica enlaçar-se de maneira original com o fato de falar. Destinadas a dar voltas no dizer, as recordações encontram seu lugar, imediatamente, como pedaços de vida exercidos em nome da história, impressões, peças infantis que “a memória – suspeitosamente – acredita que reproduz”[1] e que carregam o anseio da revelação, o lampejo fugidio da verdade com o qual o inconsciente sonha. Mas, como anuncia Lacan em seu último ensino, com a hora do real, “não há verdade que, ao passar pela atenção, não minta. O que não impede que se corra atrás dela”[2]. Alguns…

Rubrica Eixo 2 – FALAR EM ANÁLISE: ENTRE A FICÇÃO E O REAL

15 de maio de 2025

Gabriela Villarroel – Nova Política da Juventude – NEL Convocada pelas vibrações do tambor do ENAPOL, compartilho algumas ressonâncias que o eixo 2, Falar… “testemunhar da melhor maneira possível sobre a verdade mentirosa”, me suscitou. Considero que este é um eixo que nos permitirá demonstrar por que a psicanálise não tem a ver com a realidade. Provavelmente seja por essa orientação – não tão fácil de localizar – que Freud descobre o inconsciente, e a psicanálise fica enquadrada em uma ética que se dirige ao singular: o gozo. Em seu texto “A perda de realidade na neurose e na psicose”,…

Rubrica Eixo 4 – ALERTA AMÉRICA! CRIANÇAS EM PERIGO DIANTE DO AVANÇO A PASSO FIRME DO DISCURSO DA UNIVERSALIZAÇÃO

15 de maio de 2025

Viviana Berger – NEL/AMP Que outra resposta a psicanálise pode dar senão empunhar sua interpretação diretamente ao centro do coração da “criança generalizada” como os discursos da modernidade nos propõe? “PSICANALISTAS, SAIAM A DIZER!” Estão atropelando o mais precioso do sujeito! – urge a FAPOL. É importante levar em conta vários aspectos da condição sobre a criança generalizada, cujos efeitos lemos no retorno deste real nas consultas de hoje. Quais são as consequências sintomáticas, fantasmáticas e estruturais de edificar a criança como um objeto idealizado, levada a responder de maneira homogênea às normas universalizantes, em um contexto que exclui da…

Rubrica Eixo 3: INFÂNCIA INEXTINGUÍVEL, DOCILIDADE TRANSFERENCIAL

2 de maio de 2025

Marcela Antelo – EBP/AMP Costuma-se dizer que a infância se perde, que a inocência se perde, que os ideais se espatifam e as ilusões se corroem, que o amor se erode, e que não o refletimos como ayer. O tempo e o lugar do ócio, do brincar, do dolce far niente fica cada vez mais custoso. Sem falar do tônus muscular, a pele de pêssego e os cabelos sedosos. Uma dimensão do que perdura a perda pura, como dizia Lacan, na patologia da vida cotidiana, da vida que dura. Falar com a criança, falar com a coisa, falar com isso,…

Rubrica Eixo 1: ISSO RESSOA NO CORPO COMO UM TAMBOR

2 de maio de 2025

Luisa Aragón – NEL/AMP  Falar com a criança revela o lugar da palavra em uma análise e seus alcances, transcendendo a distinção de idade. Tem que falar, porque faz bem! é o lema que hoje se promove por meio da proliferação de propostas terapêuticas. Em que se distingue nossa prática como experiência de palavra? A psicanálise lacaniana opera com o descobrimento de Freud e introduz “que no menor ato de palavra está implicado um gozo”[1] pulsional que excede o corpo e, paradoxalmente, produz sofrimento e satisfação. Não é o caso de encorajar aquele que nos procura que fale por falar…

EIXO 4 – O que fala a psicanálise da criança generalizada

3 de fevereiro de 2025

EIXO 4 O que fala a psicanálise da criança generalizada  Lacan assinala que através da criança generalizada pode se dar “a entrada de um mundo inteiro no caminho da segregação”[3]. O amo moderno impõe a todos um curto-circuito entre o sujeito e o Outro, através da oferta vertiginosa de objetos tecnológicos: o sujeito não responde mais por seu corpo, nem mesmo por seu gozo e os sintomas são reduzidos a transtornos a serem extirpados. Os avanços da tecnologia invadem a formação e o tempo da infância, sendo a criança o objeto visado pela fabricação científica. Se o discurso do amo…

EIXO 3 – Falar com a criança sob transferência

3 de fevereiro de 2025

EIXO 3 Falar com a criança sob transferência Falar em análise é uma experiência. Cada analisante, seja qual for a idade, a seu modo e a partir de seus sofrimentos, contará uma história. Não se trata apenas da história sugerida pelos sujeitos, mas do que se escuta a partir do destino dos objetos nesses relatos, que incluem o próprio sujeito como objeto. Por isso, tal biografia na análise é sempre infantil e requer leituras, construções e tempo. Nas trilhas do que se apresentou, a cada sujeito, em relação ao saber, ao desejo, ao gozo e ao amor, serão encontradas as…

EIXO 2 – Falar … “testemunhar da melhor maneira possível sobre a verdade mentirosa”[2]

3 de fevereiro de 2025

EIXO 2 Falar … “testemunhar da melhor maneira possível sobre a verdade mentirosa”[2] O falar com a criança na experiência analítica remete ao que no falasser está escrito como resposta do real e como desde aí as respostas aparecem na clínica: as teorias sexuais infantis, as lembranças encobridoras, as mentiras e seus equívocos da língua, os sonhos, os delírios, as fobias, a raiz aditiva do sintoma e tudo mais que o falasser inventa para lidar com o acontecimento de sua existência. Aliás, as estruturas clínicas são como defesas, defesas contra o real que, ao não poder senão mentir, inscreve-se como…