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Rubrica Eixo 3: INFÂNCIA INEXTINGUÍVEL, DOCILIDADE TRANSFERENCIAL

2 de maio de 2025

Marcela Antelo – EBP/AMP Costuma-se dizer que a infância se perde, que a inocência se perde, que os ideais se espatifam e as ilusões se corroem, que o amor se erode, e que não o refletimos como ayer. O tempo e o lugar do ócio, do brincar, do dolce far niente fica cada vez mais custoso. Sem falar do tônus muscular, a pele de pêssego e os cabelos sedosos. Uma dimensão do que perdura a perda pura, como dizia Lacan, na patologia da vida cotidiana, da vida que dura. Falar com a criança, falar com a coisa, falar com isso,…

Rubrica Eixo 1: ISSO RESSOA NO CORPO COMO UM TAMBOR

2 de maio de 2025

Luisa Aragón – NEL/AMP  Falar com a criança revela o lugar da palavra em uma análise e seus alcances, transcendendo a distinção de idade. Tem que falar, porque faz bem! é o lema que hoje se promove por meio da proliferação de propostas terapêuticas. Em que se distingue nossa prática como experiência de palavra? A psicanálise lacaniana opera com o descobrimento de Freud e introduz “que no menor ato de palavra está implicado um gozo”[1] pulsional que excede o corpo e, paradoxalmente, produz sofrimento e satisfação. Não é o caso de encorajar aquele que nos procura que fale por falar…

EIXO 4 – O que fala a psicanálise da criança generalizada

3 de fevereiro de 2025

EIXO 4 O que fala a psicanálise da criança generalizada  Lacan assinala que através da criança generalizada pode se dar “a entrada de um mundo inteiro no caminho da segregação”[3]. O amo moderno impõe a todos um curto-circuito entre o sujeito e o Outro, através da oferta vertiginosa de objetos tecnológicos: o sujeito não responde mais por seu corpo, nem mesmo por seu gozo e os sintomas são reduzidos a transtornos a serem extirpados. Os avanços da tecnologia invadem a formação e o tempo da infância, sendo a criança o objeto visado pela fabricação científica. Se o discurso do amo…

EIXO 3 – Falar com a criança sob transferência

3 de fevereiro de 2025

EIXO 3 Falar com a criança sob transferência Falar em análise é uma experiência. Cada analisante, seja qual for a idade, a seu modo e a partir de seus sofrimentos, contará uma história. Não se trata apenas da história sugerida pelos sujeitos, mas do que se escuta a partir do destino dos objetos nesses relatos, que incluem o próprio sujeito como objeto. Por isso, tal biografia na análise é sempre infantil e requer leituras, construções e tempo. Nas trilhas do que se apresentou, a cada sujeito, em relação ao saber, ao desejo, ao gozo e ao amor, serão encontradas as…

EIXO 2 – Falar … “testemunhar da melhor maneira possível sobre a verdade mentirosa”[2]

3 de fevereiro de 2025

EIXO 2 Falar … “testemunhar da melhor maneira possível sobre a verdade mentirosa”[2] O falar com a criança na experiência analítica remete ao que no falasser está escrito como resposta do real e como desde aí as respostas aparecem na clínica: as teorias sexuais infantis, as lembranças encobridoras, as mentiras e seus equívocos da língua, os sonhos, os delírios, as fobias, a raiz aditiva do sintoma e tudo mais que o falasser inventa para lidar com o acontecimento de sua existência. Aliás, as estruturas clínicas são como defesas, defesas contra o real que, ao não poder senão mentir, inscreve-se como…

EIXO 1- Falar de “isso de que não se pode falar”[1]

3 de fevereiro de 2025

EIXO 1 Falar de “isso de que não se pode falar”[1] Uma experiência analítica orientada pelo singular tenta captar palavras ou frases escutadas na infância, sem sentido, proferidas pelo Outro. Lalíngua afeta o corpo. O sujeito experimenta um excesso inominável que resta enigmático. Esse encontro com o real produz um troumatismo e deixa suas marcas significantes, assim como a fixação em um gozo impossível de dizer que comandará a repetição. Um dos elementos que designa isso que não é significante é o objeto a, invenção de Lacan que segue a pista do “excedente sexual” freudiano. Miller indica o paradoxo: captamos…

Argumento

3 de fevereiro de 2025

Falar com a criança! Para o XII Enapol, desejamos um tema fundamental, presente do princípio ao fim de uma análise; um tema que provocasse a ir mais além, tanto os que estão começando, quanto os que estão há mais tempo na experiência; que conversasse com a atualidade do sintoma de nossos tempos; mas sobretudo, um tema que, ao cair na boca do povo, a língua vibre de desejo de falar porque isso fala a cada um, desde sua posição analisante. Arrancamos daí: o desejo de fazer falar isso que fala a cada um! Afinal, a psicanálise se inaugura com este…