Skip to content

MODALIDADES DO MORRER NO SÉCULO XXI

SALA: O ETERNO DO INFANTIL
MODALIDADES DO MORRER NO SÉCULO XXI

 “Um pouquinho de seriedade. A morte é do domínio da fé. Vocês têm razão de acreditar

que vão morrer, claro – isto lhes serve de apoio. Se não acreditassem nisso, será que

poderiam suportar a vida que têm? (Lacan, J. “Conferência de Lovaina”. Opção

Lacaniana, n. 78. São Paulo: Eolia, fevereiro de 2018, p. 12).

 

Relatores: Elena Levy Yeyati (EOL); Paula del Cioppo (NEL); Cristiane Grilo (EBP)

Participantes: Alejandra Guerra (Buenos Aires), Ana Beatriz Zimmerman (Rio de Janeiro), Ana María Valle (Ciudad de Guatemala), Barbara Afonso (Belo Horizonte),Carla González (Caracas), Fabricio Donizete da Costa (São Paulo), Gabriela Villaroel (Cochabamba), Graziela Pires (Salvador), José Sananes (Buenos Aires), Lilibeth García (Lima), Patricia Pena (Buenos Aires), Soledad Arrieta (Buenos Aires).

 

Psicanalistas frente às modalidades do morrer no século XXI

 Se há uma coisa absolutamente certa, é que, de nenhum modo, é em dar um sentido a vida, que desemboca o discurso psicanalítico. Ele da um sentido a muitissimas coisas, a muitissimas condutas, mas lhe da, não o sentido da vida, tampouco nada que comece a dar razão sobre a vida.

Jacques Lacan[i]

Introdução

No trabalho deste Observatório nos encontramos com uma paisagem árida. A taxa de suicídios e outras mortes violentas de adolescentes e jovens na América Latina, independentemente de classe social, é alarmante[ii].  Como pensar essa tendência? Como resultado de um ilimitado empuxo pulsional a gozar ou como uma busca da morte para terminar com uma existência dolorosa?

Vemos que a pergunta sobre a morte, sobretudo nos jovens, não admite respostas em um só sentido.

Camus expressou uma crítica inicial as posições à que conduzem certas perspectivas sacrificiais, de certas ideologias: “… se fazem matar por ideias ou ilusões que lhes dão uma razão para viver”[iii]. Uma ideia comparável a reencontramos em Televisão. Ante a pergunta “Que me cabe esperar? Lacan dirige sua resposta muito especialmente a Miller, para adverti-lo sobre as utopias, sobre as esperanças que engendram certas causas políticas: “Saiba somente que tenho visto várias vezes a esperança — o que chamam: os amanhãs que cantam – levar pessoas que apreciavam tanto como aprecio a você, ao suicido simplesmente… O suicídio é o único ato que pode ‘ter êxito sem fracasso”[iv].

Lacan levanta uma oposição entre, por um lado, a esperança depositada no êxito de ilusões grandiosas e seu reverso, – o suicídio como ato logrado — e, por outro, o que se pode esperar da psicanálise, tão baseada nos atos falhos. Essas esperanças, esses “amanhãs que cantam” [v] aludem àqueles que abraçaram esperanças utópicas que terminaram por fracassar, especialmente após o maio francês (1968). Por outro lado, Lacan diz que do discurso analítico cabe esperar outra coisa, que é da ordem de uma elucidação do inconsciente, para aquele que já esteja decidido a isso pela sua transferência.

No contexto histórico atual, onde se enfrentam a narrativa ultradireitista do culto ao sucesso individual com a resposta defensiva-depressiva da ideologia liberal, o que tem para oferecer o discurso analítico?

Para responder essa questão, centramo-nos na problemática dos jovens que se defrontam com a morte, particularmente aqueles que demandam ser escutados em diferentes contextos: universidades, instituições públicas e consultório privado.

Entre excesso e descarte

A cada 17 minutos morre um jovem negro no Brasil[vi]. Diante dessa realidade brutal, se explorou a situação de adolescentes em condição de vulnerabilidade envolvidos com o tráfico de drogas[vii].

Esses jovens falam de um caminho traçado até à morte e à não existência: “na vida é matar ou morrer”, “a chave da morte é o tráfico”. Para alguns, “deixar um filho no mundo” é importante, pois sabem que sua vida será curta. Ao mesmo tempo, há uma desorientação na vida, no gozo sem limites que transborda em imperativo, pois afirmam: “é melhor viver um pouco como um rei do que muito como um Zé Ninguém” [viii]. Relatam que, quando estão “na adrenalina” do tráfico, não há tempo para parar, pensar ou sonhar.

Trata-se de sujeitos que, na maioria dos casos, parecem não ter sido desejados, carregando uma marca de abandono como objeto dejeto e resto, que se reatualiza no Outro social no momento da adolescência, em que se fazem matar ou matam.

Por outro lado, foi observada a situação dos jovens que consomem fentanil na fronteira entre México e Estados Unidos, como uma modalidade do morrer associada ao autismo do gozo e ao antiamor[ix].

Nos EUA, o fentanil é a terceira causa de morte entre menores de 19 anos[x]. Mas essa problemática não afeta apenas esse país, pois também atinge os migrantes deportados que vagueiam pela fronteira com o México. Por tanto, se extraíram alguns ditos de usuários da “droga zumbi”, registradas pela imprensa, que chamam a atenção por retratarem posições de gozo: “O fentanil te adormece, não sei por que te faz sentir tão bem. Eu tomo várias vezes por dia porque, quando não tomo, dá uma ansiedade terrível”. Em outro testemunho, comenta-se que a pessoa não tem intenção de voltar à sua cidade natal e acredita que sua vida teria sido muito diferente se não tivesse sido deportada dos EUA. Lá, tem dois filhos com quem não fala há anos porque esqueceu seus números de telefone. “Encontrei dois telefones com os quais poderia ter procurado minha irmã ou filhos, mas vou vendê-los para comprar droga. Claro que gostaria de largar, ontem um colega morreu, mas não é fácil…”[xi]

Em uma pesquisa no Brasil[xii], foi trabalhado o tema dos suicídios em série em uma prisão para travestis, mulheres trans e homens homossexuais. A morte ali é generalizada, está a céu aberto: pessoas sem laços familiares nem políticas de cuidado ou proteção, cujo único lugar é o cárcere. Os suicídios não assustam, e aqueles que o intentam e não conseguem são duramente castigados. Os jovens que chegam à “Janela de Escuta” se surpreendem quando seguem vivos e se sentem culpados quando seus companheiros morrem.

Na clínica privada, observou-se uma tendência a formas de relação com os objetos pulsionais, com o corpo e com a linguagem em que o sujeito carece de uma estrutura capaz de nomear o mal-estar que o habita.

O gozo autista como modalidade do morrer silencioso nos remete a B (27), que, após uma internação por anorexia severa que a levou à beira da morte, consente falar em análise sobre a tristeza e o vazio. O silêncio extremo, sustentado e suportado no corpo do analista, lhe permite esboçar paulatinamente um gosto pela leitura e pela escrita.

A “crença na morte” [xiii] como alívio ante ao assédio da angústia é um ponto de partida para localizar a posição de uma adolescente que sofre de um “deserto de palavras para a vida”. O analista se oferece como leitor de uma carta que inaugura a escrita de uma série de textos. Assim, a escrita constitui uma manobra para inscrever uma distância mínima: vida–texto–morte. A impossibilidade de escrever a morte, com a tarefa de tentar e fracassar a cada vez, resulta eficaz para lidar com os efeitos próprios da depressão.

V. (11) escreve sobre um corpo que não quer ser olhado, um rosto que não se reconhece no espelho, um silêncio cheio de ruído: “nunca pensei que um dia estaria pensando em me matar”. Diz: “Queria saber quem sou… sem ter que agradar ninguém”. Nesse ponto, surgiu um indício de consentimento ao trabalho analítico; no entanto, pouco depois ela se afastou dos encontros. Passado um ano, foi hospitalizada por tentativa de suicídio por ingestão de medicamentos. Observa-se a inclinação a sair de cena no preciso momento em que se acerca de uma articulação de sua história como sujeito: “quem sou eu?” [xiv]

Finalmente, se observou que a proporção de suicídios entre os indígenas brasileiros é atualmente 2,7 vezes superior à da população geral[xv]. Nesse sentido, a partir de uma experiência com estudantes na universidade, recorreu-se às contribuições de Marcelo Veras, que apresenta o conceito de necrossuicídio como efeito de um “delírio de que a salvação é o ultraliberalismo”, o qual dá consistência a “uma intolerância cada vez mais radical à alteridade”[xvi]. O necrossuicídio se pode pensar como uma das marcas do racismo nas relações sociais brasileiras.

Até aqui, se apresentaram retalhos da enunciação de jovens negros, imigrantes, indígenas, adolescentes privados de liberdade, lançados às margens da sociedade ou ameaçados por narrativas que se apresentam sob a lógica do tudo ou nada. Entre eles, há os que se fazem matar mediante a violência, o abuso de substâncias, os transtornos alimentares e condutas de risco, assim como os que matam, geralmente afundados na especularidade do “ou o outro ou eu”, que frequentemente são assassinados, em uma dinâmica que só os devolve o gozo avassalador do Outro. Uma radiografia de um mundo que se debate entre o luto, a melancolia e a rechaço de uma cena onde poderia se inscrever um desejo não anônimo.

Cemitério de elefantes
Algo fracassa nos discursos que propõem soluções pré-estabelecidas para uma questão como o suicídio ou outras modalidades do morrer, que atentam ao gozo e à posição do sujeito no Outro. Desde o discurso político, o que não funciona se administra contando, legislando e educando. Entretanto, o pseudodiscurso capitalista processa o mal-estar pela lógica da oferta e da procura. É precisamente nessa direção que se inscreve o filme O cemitério dos elefantes[xvii], um olhar sobre o cinismo que caracteriza certas práticas contemporâneas.

O filme denuncia uma realidade pouco conhecida do submundo de La Paz – Bolívia, uma forma peculiar de suicídio em lugares onde se bebe até morrer. Assim, a “lei da cantina” organiza o acesso ao consumo ilimitado de álcool, o suficiente para consumar o ato, sob a condição de que se pague adiantado. O serviço inclui a “suíte presidencial”: um quarto imundo com apenas um foco de luz, um colchão no chão, um balde para necessidades fisiológicas e um espelho que coloca o personagem diante da própria agonia. Por fim, o serviço de descartar o morto num beco para que a polícia o recolha.

Pode-se destacar o lugar que o suicídio ocupa nesse “submundo”. Poderia dizer que pertencer a ele já é um gesto suicida, precisamente porque se está exposto à morte e disposto, a qualquer momento, a morrer. A faceta irônica desses “cemitérios” não passa inadvertida por Viscarra, quando destaca as palavras de um policial que explicita a utilidade dessas cantinas: um trabalho velado para reduzir o número de bêbados que perambulam pela cidade-miséria.

Juve, de 33 anos, é alcoólatra desde os 14. O personagem se apresenta sem máscaras: “não há nada nem ninguém que me prenda a este mundo”; é o produto de uma “aventura da sua mãe com um estrangeiro”. A pergunta sobre o destino percorre todo o filme, mas com um caráter de interrogação metonímica. Trata-se de uma questão circular, sem metáforas. A única decisão que toma o personagem é entregar o amigo na condição de “Sullu”[xviii]. Assim, aproveitando-se do alcoolismo de seu “irmão de sangue”, engana-o e o oferece para ser enterrado vivo nos alicerces de um prédio em construção. Em seguida, com o dinheiro obtido por vender o amigo, se suicida no cemitério dos elefantes.

Com quem o analista joga sua partida?

A título de conclusão, surge a pergunta sobre a posição do analista diante das modalidades do morrer no século XXI — tentativas de suicídio e outras mortes violentas — que presentificam um sofrimento encarnado no corpo, deixando descoberto que o ato se situa num horizonte de rechaço do inconsciente[xix]. Então, para o analista, se trata de manobrar com o silêncio das pulsões, e o desafio é circunscrever e/ou interrogar aquilo que não fala.

Para estar à altura desse desafio, os praticantes se adentram nos cenários institucionais, universitários e no consultório, advertidos de que não se trata de curar a pulsão de morte, mas de alojá-la sob transferência. Nesse sentido, observou-se a função mortífera do ideal no caso de M., um adolescente que vivia numa vila e que, diante da iminência de alta de seu tratamento numa instituição de reabilitação, foi assaltado pela ideia de se deixar tentar pela vida anterior e de não conseguir torcer o próprio destino, tomou psicofarmacos ilegais e morreu. Assim, sob o ideal de “sair da vila”, pode-se ler o vazio de significação, uma lógica de tudo ou nada que o empurrou a se deixar cair da cena do mundo. Podemos ler aí um ato bem-sucedido?

Tomando em conta o anterior, o analista, imbuído de uma “modéstia ativa, permite ao sujeito delimitar, articular ou inclusive bordear esse empuxo ao gozo mortífero. Diante da ausência de demanda e do silêncio pulsional, a boa posição é a de uma oferta, um convite ao que pode surgir – a figura do analista dócil, que, visando uma cessão de gozo, introduz uma pausa mínima, convidando e forçando o consentimento do sujeito.

Como ensina Lacan em Lovaina, nada no discurso analítico desemboca em dar um sentido à vida. No entanto, o analista joga a partida, não com o sentido, mas com os detalhes divinos que enlaçam o sujeito à vida[xx], advertido de que cada partida é única e diferente.

Traductores: Graziela Pires, Ana Beatriz Zimmerman, Fabricio Donizete da Costa


[i] Lacan, J., “Conferencia en la Universidad de Lovaina”, 13 de octubre de 1972, Revista Lacaniana de Psicoanálisis, año XI, número 23, 2017.

[ii] Observatorio Venezolano de Violencia. (2023). Informe anual de violencia autoinfligida. https://observatoriodeviolencia.org.ve/news/informe-anual-de-violencia-autoinfligida-2023/

Instituto Nacional de Estadística y Geografía (INEGI). (2024, 6 de septiembre). Estadísticas a propósito del Día Mundial para la Prevención del Suicidio (10 de septiembre). https://www.inegi.org.mx/contenidos/saladeprensa/aproposito/2024/EAP_Suicidio24.pdf

Aristegui Noticias. (2024, 10 de septiembre). Crece la tasa de suicidios en México; 63% de los casos involucran a jóvenes. https://aristeguinoticias.com/1009/aristegui-en-vivo/entrevistas-completas/crece-la-tasa-de-suicidios-en-mexico-63-de-los-casos-involucran-a-jovenes/

Villarroel, M. (2013, 10 de septiembre). Bolivia registra en cinco años 3.495 suicidios; el 33% en La Paz. La Razón. https://www.la-razon.com/sociedad/2013/09/10/bolivia-registra-en-cinco-anos-3495-suicidios-el-33-en-la-paz/

World Health Organization WHO (2025). Disponible en: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/suicide

Noticias disponibles en: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2023-09/brasil-registra-1000-suicidios-de-criancas-e-adolescentes-por-ano

[iii] Lacan J., “Televisión”. En Otros escritos, Buenos Aires, Paidós, 2010, pp.568-56.

[iv] Lacan J., “Televisión”. En Otros escritos, Buenos Aires, Paidós, 2010, pp.568-56.

[v] Expresión francesa que proviene del título de un libro (Péri, Les Lendemains qui chantent) y que, según explica Éric Laurent, se incorporó al lenguaje común.

[vi] Cerqueira, D. (2018). Atlas da violência 2019. (org). IPEA. Disponível em http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatorio_institucional/180604_atlas_da_violencia_2019.pdf -El Atlas de la Violencia, publicación anual del Instituto de Investigación Económica Aplicada (Ipea) y del Foro Brasileño de Seguridad Pública (FBSP), es un importante estudio que analiza datos sobre la violencia en Brasil.

[vii] El presente informe forma parte de la investigación doctoral en curso en la Universidad Federal de Minas Gerais desarrollada por Bárbara Afonso.

[viii] El presente informe forma parte de la investigación doctoral en curso en la Universidad Federal de Minas Gerais desarrollada por Bárbara Afonso.

[ix] Miller, J.-A., “La teoría del partenaire”, Revista Lacaniana, 19, Buenos Aires, Grama, noviembre 2015

[x] Blasco Ros, C., Monteagud Romero, S., (26 de mayo 2023). La plaga del fentanilo: así actúa esta droga devastadora. El País. Disponible en: https://elpais.com/ciencia/2023-05-26/la-plaga-del-fentanilo-asi-actua-esta-droga-devastadora.html

[xi] González Díaz, M., (15 de dezembro de 2022). “Tomo fentanil várias vezes ao dia. Se não o faço, fico com uma ansiedade tremenda”: a pioneira sala de consumo seguro na América Latina que combate as mortes por overdose no México. Disponível em:  https://www.bbc.com/mundo/noticias-america-latina-63581276

[xii] Janela da Escuta. Laboratorio do CIEN e Programa de Extensão, Ensino e Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais, desde 2005.

[xiii] Lacan, J. Conferência na Universidade de Lovaina, op. cit., p. 7. Neste trabalho, Lacan faz a distinção entre a morte, que é “do domínio da fé”, e a vida, cujo único traço característico é que se reproduz. “Vocês têm toda razão em acreditar que vão morrer, é claro; isso os sustenta. Se não acreditassem nisso, conseguiriam suportar a vida que têm?”

[xiv] Lacan J, El Seminario, Libro 5, Las formaciones del Inconsciente, Paidós, Buenos Aires, 2010, p. 253.

[xv] Pesquisa Fapesp. Revista da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo. Reportagem de Renata Fontanetto. Edição 333, nov 2023. Publicação online em 25 out 2023, atualizado em 28 de fev. 2024. Disponível em:<https://revistapesquisa.fapesp.br/taxa-de-suicidio-entre-indigenas-supera-em-quase-tres-vezes-a-da-populacao-geral/>. Acesso em 19 de abril de 2025.

[xvi] Veras, Marcelo. A morte de si. São Paulo: Cult Editora, 2023, p.51-52.

[xvii] Tonchy Antezana, 2008. Filme baseado na obra do escritor boliviano Víctor Hugo Viscarra, onde a morte é o tema central.

[xviii] Sullu é a denominação que recebem diversos objetos rituais compostos por fetos de animais, utilizados em práticas de agradecimento à Pachamama. É uma palavra derivada do idioma quéchua que significa, justamente, feto. O uso de sullusnas chamadas mesas de challa ou wajt’as é bastante comum, sendo parte tanto das práticas de instituições oficiais quanto do cotidiano dos cidadãos, particularmente no oeste da Bolívia, onde esse tipo de oferenda é realizado com frequência em eventos como inaugurações, aquisições, na terça-feira da challa ou durante o mês de agosto, mês dedicado à Pachamama.

[xix] Laurent, E, Estabilizaciones en las psicosis, Editorial Manantial ,1989, p.  123-124.

[xx] Lacan, J. Conferência pronunciada na Universidade Católica de Lovaina, em 13 de outubro de 1972.1, op. cit., p. 11. O sentido da vida como tal é sua reprodução e, em todo caso, cada ser falante sustenta (ou não) um sentido singular.