Skip to content

LA BOMBA DE TIEMPO: RESSONÂNCIAS-ENSINOS

15 de maio de 2025

Ana Sol Sikic, Lisa Erbin, Micaela Parici (EOL/AMP) Para a Conexão deste número do Tambor escolhemos La Bomba de Tiempo porque é um grupo movido puramente a tambores. Percussões, ritmos, vibrações, sinais, corpos, danças, tempo, encontro após encontro, improvisação. Tudo isso acontece ali quando eles se reúnem às segundas-feiras, às 20h, no belo palco da Cidade Cultura Konex, Buenos Aires, há 14 anos. Gabriel Spiller aceitou conversar conosco sobre isso, guiados pelo desejo de nos deixarmos ensinar pelos artistas.

Ser grande não é questão de idade[1]

15 de maio de 2025

Carolina Puchet Dutrénit[2]  Há alguns dias, enquanto dirigia pela minha cidade, vi a propaganda de uma loja de departamento muito conhecida, que me chamou a atenção. Era a fotografia de uma mulher de certa idade e dizia o seguinte: SER GRANDE NÃO É QUESTÃO DE IDADE. Assim que vi a imagem, pensei que o slogan seria o título dessa intervenção. Sem dúvida, os publicitários – talvez sem saber – colocam uma questão muito psicanalítica. De fato, para nós, analistas, o inconsciente não tem idade, trabalhamos com sujeitos, mas o que isso significa? Quando podemos dizer que há aí um sujeito?…

Há e não há gente grande…[1]

Luisa Aragón[2] A cada dois anos, o ENAPOL nos convida ao trabalho com um título provocador que interpreta a vigência da psicanálise frente aos discursos atuais que regem a civilização, produzindo efeitos na subjetividade e no laço social. O argumento do XII ENAPOL e um dos seus eixos retomam a Alocução sobre as psicoses da criança para ressaltar a precisão com a qual Lacan se antecipou e interrogou as consequências que extrairíamos do termo “criança generalizada”.[3] Numa época planetária caracterizada pelo aumento vertiginoso e pelo impacto do discurso capitalista, ligado ao progresso da ciência e da técnica e distanciado da…

O que nos f(a)la a criança?[1]

Alvaro Rendón Chasi[2]  … dele se despediu um religioso: “Acabei acreditando, veja só, neste declínio de minha vida […] que não existe gente grande”[3] Vou me arriscar um pouco em agradecimento a esse convite recebido do Conselho da NELcf e da sua presidenta Ana Viganó: Começo sinalizando que o objeto-criança se transforma em ser humano em algum momento da Idade Média. Assim sustenta o historiador francês Philippe Ariès indicando que a criança era “uma coisinha engraçadinha”; “um animalzinho” com o qual a gente se divertia; “um macaquinho impudico”: “A criança não chegava a sair de uma espécie de anonimato”[4] até…

Rubrica Eixo 3: INFÂNCIA INEXTINGUÍVEL, DOCILIDADE TRANSFERENCIAL

2 de maio de 2025

Marcela Antelo – EBP/AMP Costuma-se dizer que a infância se perde, que a inocência se perde, que os ideais se espatifam e as ilusões se corroem, que o amor se erode, e que não o refletimos como ayer. O tempo e o lugar do ócio, do brincar, do dolce far niente fica cada vez mais custoso. Sem falar do tônus muscular, a pele de pêssego e os cabelos sedosos. Uma dimensão do que perdura a perda pura, como dizia Lacan, na patologia da vida cotidiana, da vida que dura. Falar com a criança, falar com a coisa, falar com isso,…

CITAÇÕES E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

2 de maio de 2025

Freud[1] “Em certos casos, tive a impressão de que a conhecida amnésia infantil, que teoricamente nos é tão importante, é completamente contrabalançada pelas lembranças encobridoras. Não apenas algo, mas a totalidade do que é essencial na infância foi retido nessas lembranças. Trata-se simplesmente de saber como extraí-lo delas pela análise. Elas representam os anos esquecidos da infância tão adequadamente quanto o conteúdo manifesto de um sonho representa os pensamentos oníricos”.  Freud, S. (1914) “Recordar, repetir, elaborar” In Obras Completas, Vol. XII,  Rio de Janeiro: Imago. p. 194. 1968 Lacan “O temível desconhecido para além da linha é o que, no…

Rubrica Eixo 1: ISSO RESSOA NO CORPO COMO UM TAMBOR

2 de maio de 2025

Luisa Aragón – NEL/AMP  Falar com a criança revela o lugar da palavra em uma análise e seus alcances, transcendendo a distinção de idade. Tem que falar, porque faz bem! é o lema que hoje se promove por meio da proliferação de propostas terapêuticas. Em que se distingue nossa prática como experiência de palavra? A psicanálise lacaniana opera com o descobrimento de Freud e introduz “que no menor ato de palavra está implicado um gozo”[1] pulsional que excede o corpo e, paradoxalmente, produz sofrimento e satisfação. Não é o caso de encorajar aquele que nos procura que fale por falar…

A SUBSTÂNCIA SONORA E IMAGÉTICA DE MINERAL

11 de abril de 2025

Daniela Viola Fernanda Costa Michelle Sena[1] Mineral, Teaser. Ciro Thielmann.Paisagem Lava Pouco antes de percutirem os tambores do animado carnaval de Belo Horizonte, cidade de Minas Gerais que acolherá o XII ENAPOL, Máximo Soalheiro[2] nos recebe em sua casa. Conversamos à mesa posta, com café e pão de queijo, lanche típico de um mineiro, servidos nas inconfundíveis cerâmicas assinadas por seu ateliê. Ceramista e artista plástico, ele é reconhecido mundialmente pelo trabalho em ambos os campos. Entre suas incontáveis obras, uma instalação sonora da qual é idealizador e diretor artístico materializa de forma exemplar pontos fundamentais do que este Boletim…

CITAÇÕES E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS1

11 de abril de 2025

FREUD “O excesso de sexualidade, por si só, não é suficiente para causar o recalcamento; é necessária a cooperação da defesa; contudo, sem um excesso de sexualidade, a defesa não produz neurose.” FREUD, S. “Isolamento da comunidade cientítica” In: A correspondência completa de Sigmund Freud para Wilhem Fliess.  Rio de Janeiro, Ed. Imago, 1986, p. 189. LACAN “O horizonte da relação com o objeto não é, antes de tudo, uma relação conservadora. Trata-se, se posso dizer, de interrogar o objeto sobre o que ele tem no ventre. Isso prossegue na linha onde tentamos isolar a função do pequeno a […]…