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O INCONSCIENTE FORA DO TEMPO

SALA: O ETERNO DO INFANTIL O INCONSCIENTE FORA DO TEMPO   “Encontramo-nos aqui no coração do problema do que Freud avança quando diz que o inconsciente se coloca fora do tempo. É e não é verdade. Ele se coloca fora do tempo exatamente como o conceito, porque é o tempo de si mesmo, o tempo puro da coisa, e pode como tal reproduzir a coisa numa certa modulação, de que qualquer coisa pode ser o suporte material (…). Essa observação nos levará muito longe, até os problemas de tempo que a prática analítica comporta”. (Lacan, J. O seminário, livro 1,…

MODALIDADES DO MORRER NO SÉCULO XXI

SALA: O ETERNO DO INFANTIL MODALIDADES DO MORRER NO SÉCULO XXI  “Um pouquinho de seriedade. A morte é do domínio da fé. Vocês têm razão de acreditar que vão morrer, claro – isto lhes serve de apoio. Se não acreditassem nisso, será que poderiam suportar a vida que têm?” (Lacan, J. “Conferência de Lovaina”. Opção Lacaniana, n. 78. São Paulo: Eolia, fevereiro de 2018, p. 12).   Relatores: Elena Levy Yeyati (EOL); Paula del Cioppo (NEL); Cristiane Grilo (EBP) Participantes: Alejandra Guerra (Buenos Aires), Ana Beatriz Zimmerman (Rio de Janeiro), Ana María Valle (Ciudad de Guatemala), Barbara Afonso (Belo Horizonte),Carla…

CITAÇÕES E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 de agosto de 2025

FREUD  “Não interessa de modo algum com que material se comece – a biografia, o histórico clínico ou as recordações de infância do paciente –, desde que se deixe o próprio paciente fazer seu relato e escolher seu ponto de partida.” FREUD, S. “O início do tratamento”. In: Obras Completas, vol. 10. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 135. LACAN  “A análise se distingue, entre tudo que foi produzido até agora de discurso, por enunciar isto, que constitui o osso do meu ensino: que eu falo sem saber. Falo com o meu corpo, e isto sem saber. Digo, portanto, sempre mais…

CURAR A CRIANÇA? – UMA CONEXÃO COM O LIVRO “CONTRA MIM”, DE VALTER HUGO MÃE

1 de agosto de 2025

Cristina Frederico Daiane Ribeiro Élida Biasoli Lenci Niraldo de Oliveira Santos[1] Nascido em Angola e radicado em Portugal desde a infância, Valter Hugo Mãe é um dos escritores mais destacados da literatura contemporânea em língua portuguesa. É também artista plástico e cantor. Sua obra literária é marcada por uma linguagem poética e profundamente sensível, abordando temas como a infância, a solidão, a marginalidade e a complexidade da existência humana. É autor de romances premiados como “O remorso de Baltazar Serapião” (prêmio José Saramago, em 2007, um dos mais prestigiados da literatura lusófona) e “A máquina de fazer espanhóis” (Grande Prêmio…

Rubrica Eixo 1 – UM TAMBOR VIBRA EM UM DISPOSITIVO DE SAÚDE PÚBLICA

1 de agosto de 2025

María Laura Errecarte – EOL/AMP “Tratar o trauma como um trouma (…) implica não combinar o trauma com a diacronia, mas sim com a sincronia”[1]. Seguindo o som do Tambor deste ENAPOL, no eixo ‘Falar de “isso de que não se pode falar”’, transmitirei uma experiência atual em que estou trabalhando junto a uma equipe de saúde. Experiência clínica que proporciona o acesso à interrupção da gravidez e ao atendimento no pós-aborto.   Trata-se de um dispositivo de atenção em um Centro de Saúde, enquadrado na Lei 27610, sancionada na Argentina em 2020, sustentado na garantia de direitos de um modelo…

Rubrica Eixo 2  – “DÁFNIS E CLOÉ: DO SÉCULO II AO SÉCULO XXI”

1 de agosto de 2025

Susana Schaer – NEL/AMP É sabido que a puberdade é o encontro com os grandes enigmas: o corpo, a sexualidade, a relação com o outro. Um encontro com o impossível da relação sexual, o impossível de dizer que não se subjetiva por completo. É com isso que o púbere tem de se virar. “E é a isso que Lacan chamou de o real”[1]. Isso é mostrado em Dáfnis e Cloé[2], um romance pastoril do século II, referenciado por Lacan no Seminário XI. A obra trata do encontro entre dois jovens pastores que se conhecem desde a infância. Ao chegarem à…

Rubrica Eixo 3 – POR QUE FALAR COM A CRIANÇA SOB TRANSFERÊNCIA, HOJE?

18 de julho de 2025

Withney Ferrufino – Nova Política da Juventude – NEL Na época da decadência da ordem simbólica, os sujeitos não querem falar, não querem saber, mas gozam. Parece não haver lugar para falar do resultado do impacto de lalíngua no corpo[1], uma das formas de entender o que esse XII ENAPOL propõe como “falar com a criança”. Apesar de tudo, fala-se sozinho no parlêtre, ou algo retorna no real sem mediação, tornando as urgências subjetivas cada vez mais frequentes, em suas distintas modalidades, carregadas de angústia. Na atualidade, as terapias recomendadas pela ciência são aquelas baseadas em protocolos que podem ser…

CITAÇÕES E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

18 de julho de 2025

“O EXCEDENTE DE SEXUALIDADE COMO CAUSA DO RECALQUE” – Entrevista com Rômulo Ferreira da Silva – EBP/AMP Rômulo Ferreira da Silva, psicanalista, AME, membro da EBP e da AMP, encerra essa série dos vídeos preparatórios para o XII ENAPOL, extraindo do texto de J-A. Miller “O estatuto do trauma” as perguntas em torno da causa do recalque. Em suas palavras, “Essas perguntas me perseguiram por muito tempo e me traziam a ideia, nada apaziguadora, de que o recalque ocorria para que o sujeito pudesse ter acesso à condição humanizante do discurso”. Faz um percurso do sentido ao furo, marcando que…

Rubrica Eixo 4 – ADVERTÊNCIA PREPOSICIONAL

18 de julho de 2025

Celeste Viñal – EOL/AMP Página em branco, não me decido. A proposta do Tambor repercute, cumprindo sua tarefa, e o título de nosso próximo ENAPOL ressoa em mim, evocando possibilidades distintas. Se eu falasse, pessoalmente, numa espécie de “falo com o coração” para substituir o a partir de, o que eu diria? Como falar a partir da criança que fomos? Com o pouco que disso o Eu reteve, me pergunto: se eu desse voz àquela que recordo ter sido, seria à dos quatro anos ou à dos dez? Quando se considera ter sido criança? É um só estado? Uma faixa…

CITAÇÕES E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

30 de junho de 2025

 “UM EXCESSO DE SEXUALIDADE” – Entrevista com José Luis Obaid (NEL/AMP) José Luis Obaid, membro da NEL e da AMP, interessa-se pelo witz, “falar com a criança”, e convida-nos a segui-lo numa elaboração precisa que, dando lugar ao sentido — ao que é “vivido como” — e às voltas e reviravoltas da história, aponta para uma borda fina e invariável (digamos com Lacan, trou e trop), últimíssima e primeira — Obaid sublinha como um oxímoro — no falar do sujeito.