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A EXTRAÇÃO DO OBJETO a*

11 de abril de 2025

Éric Laurent   O que é, para nós, a extração do objeto a? É uma pergunta que me faço depois de ler os textos preparatórios do próximo Congresso da AMP, em Buenos Aires, em abril de 2008. Alguns desses textos começam sua investigação a partir do Seminário 2, quando Lacan fala do luto e diz que “estamos em luto por alguém quando podemos dizer: “eu era sua falta” – “J’étais son manque”. Dessa maneira, neste momento de seu ensino – um momento pré-topológico – Lacan nos faz ler o avesso do que habitualmente estava dentro. No Seminário 5, Lacan nos…

Falar com a criança sob transferência[1]

24 de março de 2025

Ana Viganó[2]   Das múltiplas arestas que o argumento e os eixos do ENAPOL nos propõem, tomarei nesta ocasião aquelas que dão mais ênfase ao eixo 3: Falar com a criança sob transferência. Em um texto que já tem alguns anos, Miller nos apresenta uma sigla um pouco enigmática – ao menos ele quer conservá-la desse modo, como intraduzível ao espanhol de forma literal –, ele diz assim: “dou estas três letras como colofão a ser colocado embaixo de todo ensaio de clínica psicanalítica, por resumir o que a distingue, sendo Clínica-Sob-Transferência”[3]. C.S.T.[4], tais letras indicam que a clínica psicanalítica…

O que fala a psicanálise da criança generalizada[1]

24 de março de 2025

Ludmilla Féres Faria[2]   Em 1967, Lacan é convidado por Maud Mannoni para fazer o fechamento da Jornada da Criança, organizada por ela em torno do tema das psicoses em crianças. Em sua argumentação, ele destaca a segregação como o problema mais crucial da época: “não somente em nosso próprio domínio, o dos psiquiatras, mas até onde se estende o nosso universo, teremos que lidar, e sempre de maneira premente, com a segregação”[3]. Lacan aponta para a segregação não apenas como efeito político e social do discurso, mas para o seu viés estrutural fundamental e seu princípio mesmo, já que…

Aprender a falar com isso[1]

24 de março de 2025

Irene Kuperwajs[2]   Falar com o Trauma A partir do belo argumento apresentado por Fernanda Otoni, tomo uma primeira perspectiva: falar com a criança é falar com o trauma. Em 1899, Freud escreve a Fliess: “À pergunta: o ‘que aconteceu nos primórdios da infância?’ a resposta é: ‘nada’. Mas o embrião de um impulso sexual estava lá”[3]. O “nada” estabelecido por Freud evoca o furo na existência proposto por Lacan junto com o germe do “gozo que há”, que será lido na análise como um “acontecimento de corpo”. Em uma análise orientada pelo real, trata-se de captar o fator infantil,…