EBP- Bahia

Conferência Inaugural – Quem fala – Sujeito, objeto e corpo

Apresentação – Marcus André Vieira (EBP/AMP/RJ)

Coordenação – Maria de Fátima Sarmento (EBP/AMP/Ba)

– data – 25 de fevereiro

– local – sede da Seção Bahia

Apresentação – Marcela Antelo (EBP/AMP/Ba)

Coordenação – Marcelo Veras (EBP/AMP/Ba)

– data – 4 de março

– local – sede da Seção Bahia

Apresentação – Nilton Cerqueira (EBP/AMP/Ba)

Coordenação – Analícea Calmon (EBP/AMP/Ba)

– data – 11 de março

– local – sede da Seção Bahia

Apresentação – Iordan Gurgel (EBP/AMP/Ba)

Coordenação – Paulo Gabrielli (EBP/AMP/Ba)

– data – 18 de março

– local – sede da Seção Bahia

Apresentação – Maria de Fátima Sarmento

Coordenação – Bernardino Horne

– data – 25 de março

– local – sede da Seção Bahia

Leitura comentada dos Seminários XXIII e XXIV

Coordenação – Sonia Vicente (EBP/AMP/Ba)

– data – início 17 de março (quartas feiras)

– local – sede da Seção Bahia

VII ENAPOL – O Império das Imagens

Debatedores – Iordan Gurgel (EBP/AMP/Ba), Marcela Antelo (EBP/AMP/Ba), Tania Abreu (EBP/AMP/Ba) e Luis Felipe

Coordenação – Rogério Barros

– data – 1º de abril

– local – sede da Seção Bahia

por Luiz Fernando Carrijo:

“A imagem na perspectiva do real.”

Dia 08/04 às 20h

EBP – Rio de Janeiro e ICP

O império das imagens

Coordenação – Maria Silvia Hanna (EBP/AMP/RJ)

Debatedores – Elza Freitas (EBP/AMP/RJ), Fernando Coutinho (EBP/AMP/RJ), Marcia Zucchi

(EBP/AMP/RJ)

– data – 20 de março

– local – sede da Seção Rio

Mariana Mollica e Patricia Paterson

A preparatória do VII ENAPOL, ocorrida no dia 20 de março, partiu do argumento do Encontro para animar a EBP-Rio e o ICP-RJ a se debruçarem sobre o tema “O Império das Imagens” no ano de 2015. A mesa coordenada por Maria Silvia Hanna, contou com as participações entusiasmadas de Marcia Zucchi, Elza Freitas e Fernando Coutinho. Os trabalhos surpreenderam a plateia, provocando um debate instigante em torno do conceito de imagem no mundo contemporâneo, marcado pela pregnância do discurso capitalista e, portanto, pelo uso da imagem com valor de mercadoria. As intervenções levantaram, de forma original, uma discussão política articulada à clínica psicanalítica, tomando em primeiro plano a questão: o que pode o psicanalista diante do imperativo dominante das imagens?
Marcia Zucchi situa o argumento do ENAPOL, dando ênfase à influência soberana de imagens que não operam a partir do furo constitutivo do simbólico, que fixa o gozo através da fantasia. Tais imagens tendem a recobrir o real como impossível, na tentativa de excluí-lo, dando pouca ou nenhuma acessibilidade ao poder da palavra. Toma o exemplo da guerra virtual promovida pelo Estado Islâmico, através da suposta “eficácia” de um método visual: “degola-se, ou queima-se um e exibe-se para bilhões”, promovendo poder intimidador e levando-nos a refletir sobre dois aspectos: o pior do terrorismo de um lado e a moral cínica do discurso capitalista de outro, ambos promotores de um comando imperativo do imaginário. Através de um caso clínico demonstra a sutileza da leitura do analista sobre a captura de um sujeito aprisionado neste imperativo, fazendo oscilar o absoluto de uma imagem do próprio corpo.
Elza nos propõe tratar o império das imagens como sintoma. Com o intuito de desmontar a manipulação midiática, que tenta impingir uma interpretação maciça, a qual deixa pouco espaço para o acontecimento, retoma o “ultimíssimo” Lacan, considerando o mistério do choque das palavras com o corpo, como direção a ser resgatada pela psicanálise. Com “A Erótica do Tempo”, de Miller, Elza nos conduz à questão da temporalidade, onde um fato ocorrido no consultório é tomado a posteriori como uma imagem surpresa, que vem ressignificar um sentido aterrorizante. A contingência como intérprete é a chave de leitura trazida por Elza para tratar notícias de alto impacto e reality shows veiculados pelas telas, além do comentário do filme intitulado “O Abutre”, contribuição muito interessante para esta reflexão.
Fernando Coutinho retoma “O estádio do espelho como formador da função do eu”, para apontar o poder da imagem na constituição do eu, no ensino de Lacan. Indica, contudo, que a imagem do estádio do espelho não é a mesma que será trabalhada no próximo ENAPOL. Tampouco, esclarece, é aquela noção que foi trabalhada por Miller sob o título “Imagem Rainha”. Neste sentido, aposta no contexto da medicina contemporânea como campo privilegiado para trabalhar a dimensão imperial da imagem, e traz uma vinheta clínica de um caso no qual recolheu os efeitos devastadores que pode assumir o veredito médico, além de indicar com clareza o lugar de resistência do discurso da psicanálise frente a isso.
A discussão girou em torno da tentativa de precisar o estatuto dessa imagem veiculada nos dias atuais: seria ela desatrelada da narrativa? Seria ela reduzida ao real ou tamponadora do impossível? Como intervém o analista diante da fixidez decorrente de um imaginário, a princípio, desamarrado do simbólico? Estas foram perguntas que marcaram a discussão. O desafio consiste, então, em repensar o lugar da psicanálise no mundo contemporâneo.

Coordenação – Maria do Rosário do Rego Barros (EBP/AMP/RJ)

Debatedores – Vanda Almeida (EBP/AMP/RJ), Sarita Gelbert (EBP/RJ e Cristina Duba (EBP/AMP/RJ)

– data – 15 de maio

– local – sede da Seção Rio

Coordenação – Glória Maron

Debatedores – Mariana Mollica, Vicente Gagliano (EBP/AMP/RJ) e Stella Jimenez (EBP/AMP/RJ)

– data – 19 de Junho

– local – sede da Seção Rio

Coordenação – Paula Borsoi (EBP/AMP/RJ)

Debatedores – Leda Guimaraes (EBP/AMP/RJ), Ana Martha Maia (EBP/AMP/RJ), e Rodrigo Abecassis.

– data – 21 de agosto

– local – sede da Seção Rio

EBP – Santa Catarina

Conferência

O Império das imagens

Convidado – Rômulo Ferreira da Silva (EBP/AMP/SP)

Coordenação – Laureci Nunes (EBP/AMP/SC)

– data – 07 de março

– local – sede da Seção Santa Catarina

Mini-curso: Imagem, imaginário e gozo

Coordenação – Louise A. Lhullier (EBP/AMP/SC)

– datas – 03,10,17,24,30 de julho / 7,14,21 de agosto

– local – Centro de Ciências da Educação-UFSC

A questão do imaginário e do corpo no segundo ensino de Lacan, tendo como referência Joyce.

Coordenação – Adriana Rodrigues, Maria Teresa Wendhausen (EBP/AMP/SC), Noris Stone

– data – início 2 de março (quinzenal)

– local – sede da Seção Santa Catarina

Coordenação: Jussara Jovita e Maria Teresa Wendhausen (EBP/AMP/SC)

– data – 13 de março (quinzenal)

– local – Sede da Seção Santa Catarina

Participantes: Jussara Jovita S. da Rosa (Mais-Um), Denise Wendhausen, Laureci Nunes, Monique Bez, Sílvia Ghizzo
Coordenação: Eneida Medeiros Santos
Data: 21/05/2015 – 20h30
Local:  sede da Seção Santa Catarina

Participantes – Flávia Cera (Mais-Um), Cínthia Busato (EBP/AMP/SC), Diego Cervelin, Gresiela Nunes da Rosa,

Luiza Possebon Ribas e Patrícia Boing

– data – a confirmar

– local- sede da Seção Santa Catarina

EBP – São Paulo

Apresentação – Rômulo Ferreira da Silva (EBP/AMP/SP) e Maria Helena Barbosa (EBP/AMP/SP)

Coordenação – Marizilda Paulino (EBP/AMP/SP)

– data – 1º de abril

Apresentação: Domenico Cosenza (SLP/AMP)

Coordenação: a definir

Data: 24/04/2015

Convidados: Maurício Tarrab (EOL/AMP) e Fernando Vitale (EOL/AMP)

Coordenação: Angelina Harari

Dia 29/05 – às 18:00 horas. Conferência e Apresentação dos trabalhos das Conversações para o VII ENAPOL (parte I).

Dia 30/05 – às 10:00 horas . Conferência e Apresentação dos trabalhos das Conversações para o VII ENAPOL (parte II).

EBP-Minas Gerais e IPSM-MG

Convidado – Rômulo Ferreira da Silva (EBP/AMP/SP)

Debatedor – Sérgio de Campos (EBP/AMP/MG)

Coordenação: Lucíola Freitas de Macêdo (EBP/AMP/MG)

– data – 9 de março

– local – sede do IPSM-MG

O Corolário Freudiano da Imagem

– O caos da realidade e a constituição da imagem do eu

Apresentação – Lilany Pacheco (EBP/AMP/MG)

– data – 10 de março

Uma imagem sublimada

Apresentação – Ram Mandil (EBP/AMP/MG)

– data – 24 de março

A estranheza da imagem

Apresentação – Rachel Botrel (EBP/MG)

– data – 07 de abril

A imagem que petrifica

Apresentação – Cristiana Pittella (EBP/AMP/MG)

– data – 28 de abril

Perda da realidade e a imagem como suporte do eu

Apresentação – Márcia Mezêncio (EBP/AMP/MG)

– data – 19 de maio

A sobreposição da imagem

Apresentação – Simone Souto (EBP/AMP/MG)

– data – 26 de maio

O lugar que a mãe toma o filho e a imagem

Apresentação – Por Cristina Drummond (EBP/AMP/MG)

– data – 09 de junho

As pegadas da Gradiva e a fixidez da imagem

Apresentação – Graciela Bessa

23/06/2015

Local: Sede do IPSM-MG

EBP – Pernambuco

Responsável – Elizabete Siqueira

– data – 3 de março

– local – sede da Seção Pernambuco

Responsável – Bibiana Poggi

– data – 7 de abril

– local – sede da Seção Pernambuco

Responsável – Anamaria Vasconcelos

– data – 5 de maio

– local – sede da Seção Pernambuco

Responsável – Rosa Reis

– data – 2 de junho

– local – sede da Seção Pernambuco

Convidado – Carlos Augusto Niceas

– data – 27 de junho

– local – sede da Seção Pernambuco

Convidadas – Eliane Baptista e Rosane da Fonte

– data – 31 de julho

– local – sede da Seção Pernambuco

Convidado – Luiz Fernando Carrijo da Cunha

– data- 8 de agosto

– local – sede da Seção Pernambuco

Delegação Espírito Santo

– Beleza Americana

Coordenação – Comissão de Biblioteca

– data – 28 de fevereiro

– local – sede da Delegação Espírito Santo

______________________

– A pele que habito

Coordenação – Comissão de Biblioteca

– data – 28 de março

– local – sede da Delegação Espírito Santo

Leitura de diversos textos de Freud e Lacan visando ao tema do Encontro

Coordenação: Bartyra Ribeiro de Castro (EBP/AMP/Del.ES)

– data – início em 11 de fevereiro (todas quartas feiras)

– local – sede da Delegação Espírito Santo

NOITES PREPARATÓRIAS

Nesta quarta-feira, dia 11 de fevereiro, a Delegação ES da Escola Brasileira de Psicanálise iniciou as atividades preparatórias para o VII ENAPOL com o debate sobre o texto O Inconsciente, de S. Freud.

Primeiramente, lemos o argumento escrito por Fernando Vitale, Mercedes Iglesias e Rômulo Ferreira da Silva, ressaltando a importância de pensarmos o “imaginário a partir dos novos tempo”. Neste sentido, trabalhamos a imagem que se projeta sobre a linguagem e a relação disto com o véu de Maya (Schopenhauer) – que encobre o ciclo interminável de luta e sofrimento da vida para que o homem tome a vida como algo que vale a pena. Ressaltamos que, nos dias de hoje, tanto o belo quanto o horror apontam para o indizível. Outro dado discutido foi o de que a imagem, publicada nas redes sociais, tem oferecido um sentido de pertencimento.

No tocante ao ‘amontoado de peças soltas’, pudemos inferir sobre o fato de que, diante do esvaziamento simbólico e a elevação do objeto ao zênite, o verbo se mostra fraco, impossibilitado de fazer a ligação e formar o discurso, acentuando o real do laço social, isto é, o impossível da relação sexual.

Após a passagem pelo Argumento, trabalhamos a apresentação das referências elaborada por Ana Paula Lorenzi, apoiados no Dicionário comentado do alemão de Freud’ – Luiz Hanns, e adentramos no texto freudiano, dos quais extraímos os seguintes recortes:

Trechos extraídos do ‘Dic. comentado do alemão de Freud’ – Luiz Hanns

Vorstellung: Trata-se de um termo de uso coloquial, para designar a palavra “idéia” ou “concepção” (no sentido de “idéia visualizada” / “imagem” ).

  • No sentido de “concepção”, “conceito”, “noção”, “idéia”, “pensamento”,

Vorstellung implica a visualização de um “movimento de colocação de algo diante de nós”. Neste sentido, trata-se de invocar e montar uma cena ou uma imagem a partir de elementos disponíveis (…)

Vorstellen (verbo) significa buscar algo já representável na linguagem e trazê-lo para “dentro”, para a consciência e visualizá-lo. Aquilo que é representado já está na forma de representável ou assimilável.

  • O ato de “conceber – construir visualmente” uma situação hipotética ou idéia aproxima-se da atividade da “fantasia” ou “imaginação”. Constrói-se internamente um cenário visual.
  • Ao “visualizar” um conceito ou evento, o sujeito o faz por inteiro (não necessariamente por completo – o todo, não os detalhes).

Exemplos de uso em Freud:

(“O Inconsciente” – 1915): “Do ponto de vista da psicologia, a unidade da função da fala é a ‘palavra’, uma apresentação*(Vorstellung) complexa, que vem a ser uma representação de elementos auditivos, visuais e cinestésicos.”

* O sentido aqui é de “apresentação ou representação mental – imagética da palavra”, isto é, a “idéia” como “imagem ou como concepção mental que se tem da palavra”.

(retirado da ‘monografia sobre afasias’ – 1891): “Distinguem-se, em geral, quatro componentes da apresentação (Vorstellung) da palavra: a ‘imagem sonora’, a ‘imagem visual da letra’, a ‘imagem motora da fala’ e a ‘imagem motora da escrita’. (O sentido aqui é de “apresentação ou representação mental – imagética da palavra”, i. é, a “idéia” como ” imagem ou como concepção mental que se tem da palavra”).

(…) Quando justapomos as palavras no discurso encadeado, retemos a inervação da palavra seguinte até que a imagem sonora ou a apresentação (Vorstellung) motora da fala (ou ambas) da palavra precedente nos tenha alcançado”. (O sentido aqui é de “apresentação ou representação mental – imagética (imagens sensoriais) da fala motora”, i. é, a “idéia” como “imagem ou como concepção mental que se tem do ato motor do falar”).

“Uma pulsão nunca pode tornar-se objeto da consciência – só a idéia – “representação imagética interna” – (Vorstellung) que o representa (reprasentiert) pode. Além disso, mesmo no inconsciente, uma pulsão não pode ser representada – “ser representado” não tem o sentido de ser configurado ou ser imaginado, mas significa “ter um representante” (algo que está em seu lugar) – (reprasentiert) de outra forma a não ser por uma idéia (Vorstellung). (…) Podemos apenas referir-nos a uma pulsão cuja representação ideacional (Vorsetllungreprasentanz) é inconsciente, pois nada mais entra em consideração. Para que não haja confusão entre Vorstellung Reprasentanz, deve-se ter presente que Reprasentanz significa “ato de se fazer representar através de um representante” e Vorstellung, a “idéia” no sentido de representação interna de um objeto ou processo.

O INCONSCIENTE[1]

Apêndice C

Palavras e coisas

O tradutor deste texto o compara com o de 1891 sobre a afasia, dizendo: ‘… o que ele denomina de apresentação do objeto na afasia, em “O inconsciente” ele chama de apresentação da coisa, [isto] denota um complexo formado pela apresentação da coisa e pela apresentação do objeto combinadas – um complexo que não recebeu nome algum no texto da afasia’.

PALAVRAS E COISAS

“Proponho agora considerar quais as hipóteses necessárias para explicar as perturbações da fala à base de um aparelho fonador constituído dessa maneira – em outras palavras, considerar o que o estudo da perturbação da fala nos ensina sobre a função desse aparelho”.

“Do ponto de vista da psicologia, a unidade da função da fala é a ‘palavra’, uma apresentação (Vorstellung) complexa, que vem a ser uma representação de elementos auditivos, visuais e cinestésicos”. […]              “Distinguem-se, em geral, quatro componentes da apresentação (Vorstellung) da palavra: a ‘imagem sonora’, a ‘imagem visual da letra’, a ‘imagem motora da fala’ e a ‘imagem motora da escrita’. Essa combinação, porém, se torna mais complicada quando se entra no processo provável da associação que se verifica em cada uma das várias atividades da fala:

  • Aprendemos a falar associando uma ‘imagem sonora de uma palavra’ com um ‘sentido da inervação de uma palavra’ (este ‘sentido de inervação’, ou sentido de energia posto em circulação, foi negado em 1938 – supunha-se que “movimentos ativamente iniciados, envolviam uma espécie peculiar de sensação ligada à descarga de impulsos nervosos das áreas motoras do cérebro até os músculos… – nota de rodapé).

Após termos falado, ficamos também de posse de uma ‘apresentação motora da fala’; de modo que, sob o aspecto motor, a ‘palavra’ é duplamente determinada para nós. Dos dois elementos determinantes, a ‘apresentação da palavra inervatória parece ter menor valor do ponto de vista psicológico;…

Além disso, depois de falarmos, recebemos uma ‘imagem sonora’ da palavra falada.

  • Aprendemos a falar a língua de outras pessoas esforçando-nos por tornar a imagem sonora produzida por nós tão igual quanto possível à que deu lugar à nossa inervação da fala. Aprendemos a ‘repetir’ – dizer à imitação de outra pessoa. […] A segurança de nossa fala é superdeterminada [uma causação múltipla – nota de rodapé], podendo facilmente suportar a perda de um ou outro dos fatores determinantes.
  • Aprendemos a soletrar ligando as imagens visuais das letras a novas imagens sonoras,… repetimos a imagem sonora que denota a letra, […] as letras também são determinadas por duas imagens sonoras que coincidem e duas apresentações motoras que se correspondem.
  • Aprendemos a ler ligando, de acordo com certas regras, a sucessão de apresentações inervatórias e motoras da palavra que recebemos quando enunciamos letras isoladas, de modo a fazer surgir novas apresentações motoras da palavra. […] Associamos, então o significado ligado aos sons verbais primários às imagens sonoras adquiridas pela soletração. Agora lemos com compreensão.
  • Aprendemos a escrever reproduzindo as imagens visuais das letras por meio de imagens inervatórias da mão, até que essas mesmas imagens visuais ou outras semelhantes apareçam. Em geral, as imagens da escrita são apenas semelhantes às imagens da leitura e superassociadas a elas, visto que o que aprendemos a ler é impresso e o que aprendemos a escrever é manuscrito. Escrever vem a ser um processo comparativamente simples e que não está tão sujeito à perturbação quanto à leitura.
  • Nessa fase ulterior, podem ocorrer abreviaturas e substituições, mas nem sempre é fácil dizer qual a sua natureza”.

“Uma palavra é, portanto, uma apresentação complexa que consiste nas imagens acima enumeradas; […] corresponde à palavra um complicado processo associado no qual se reúnem os elementos de origem visual, acústica e cinestésica”.

“Uma palavra, contudo, adquire seu significado ligando-se a uma ‘apresentação do objeto’ (‘apresentação da coisa’), pelo menos se nos restringirmos a uma consideração de substantivos. A própria apresentação do objeto é, mais uma vez, um complexo de associações formado por uma grande variedade de apresentações visuais, acústicas, táteis, cinestésicas e outras”.

Segundo a filosofia, “… a apresentação do objeto (da coisa) é vista como uma apresentação que não é fechada e quase como uma que não pode ser fechada, enquanto que a apresentação da palavra é vista como algo fechado, muito embora capaz de extensão”.

Pensamos que esta extensão também pode ser interpretada como ‘sentidos’ e isto colocaria, tanto a apresentação do objeto como a apresentação de palavra, sujeitos a aberturas pela junção entre imagem/representação/palavra.

Freud apresenta ainda um Diagrama Psicológico de uma apresentação da palavra onde diz que “a apresentação da palavra não está ligada à apresentação do objeto por todos os seus elementos constitutivos, mas apenas por sua imagem sonora. Entre as associações de objeto, são as visuais as que representam o objeto da mesma forma que a imagem sonora representa a palavra. As conexões que ligam a imagem sonora da palavra às associações de objetos que não as visuais não vêm indicadas” no diagrama.

Bartyra Ribeiro de Castro

Renata Quintas

[1] (VOL XIV – ED. IMAGO, P. 239)

Delegação Geral Goiás/Distrito Federal

Coordenação – Juliana Melo

– data – Início em 18/02/2015 – frequência quinzenal

– local – Anápolis

Coordenação – Denizye Zacharias e Giovana Heineman

– data – 25/03/2015

– local – Goiâni

Coordenação – Cristiano Alves Pimenta (EBP/AMP/Del.G/DF)

– data – 05 de maio

– local – Goiânia

Coordenação – Rosângela Maria Ribeiro

– data – 30 de maio

– local – Goiânia

Coordenação – Ceres Leda F. F. Rúbio e Núcleo Biloquê.

– data – 22 de junho

– local – Goiânia

Coordenação – Giovanna Quaglia

– data – 21 de março

– local – Brasília

Convidado: Sérgio Laia EBP/AMP
21 e 22 de agosto de 2015

Delegação Maranhão

Corpo, nosso Outro? Como dize-lo?

Apresentação – Fernando Coutinho (EBP/AMP/Rio)

– data – 17 de abril

– local – UNDB

O Mal Estar na Civilização

Coordenação – Anícia Ewerton, Carmen Damous e Silvana Sombra

– data – início 6 de março (quinzenal)

– local – sede da Delegação Maranhão

Delegação Mato Grosso do Sul/Mato Grosso

– “O corpo feminino além da castração – uma pornografia para o século XXI” de Marcelo Veras

Coordenação – Ary Farias e Carla Serles (EBP/MP/Del MS/MT)

– data – segundas 2ª feira do mês

– local – sede da Delegação MS/MT

– Serão trabalhados os textos divulgados no site do VII ENAPOL

Coordenação – Ary Farias e Carla Serles (EBP/AMP/Del MS/MT)

– data – toda quarta-feira

– local – na sede da Delegação MS/MT

– “O poder real da imagem e as peças soltas na infância”

Convidada – Fátima Sarmento (EBP/AMP/Ba)

Coordenação – Ary Farias

– data – 20 de fevereiro

– local – sede da Delegação MS/MT

Data: 02 e 16 de maio de 2015

Horário: 15h30

Local: Seda da Delegação Geral

Responsáveis: Anícia Ewerton, Carmen Damous, Silvana Sombra

Resenha da conferência de Fátima Sarmento: “O poder real da imagem e as peças soltas na infância”

A Delegação Mato Grosso do Sul/ Mato Grosso recebeu, em 20 de fevereiro de 2015, Fátima Sarmento, psicanalista, Membro da EBP/AMP, diretora da EBP Bahia, e conselheira da Escola, que em sua conferência, nos falou sobre “O poder real da imagem e as peças soltas na infância”, inaugurando a série de eventos preparatórios para o VII ENAPOL – O Império das imagens – que ocorrerá em setembro na cidade de São Paulo.

Fátima iniciou sua explanação dizendo que as imagens imperam, são indeléveis, encarceram o gozo, e que há aí uma fixação. Por trás da cena fantasmática temos uma imagem que aprisionou o gozo. Elas revelam seu múltiplo poder de captação do gozo no corpo, tanto no sofrimento do sintoma, quanto do prazer no fantasma.

Retomando Miller, discorre sobre as 3 Imagens Rainha, que sobrevivem ao naufrágio do mundo das imagens na psicanálise, pois estão correlacionadas com o gozo investido na satisfação auto erótica da fantasia e realizam a captura significante deste sob o império do olhar, sendo elas: o corpo, o corpo do outro, e o falo. Para o primeiro, o operador é o espelho (imagem do próprio corpo), para o segundo, o véu (que vela o nada, e em alguma coisa faz existir), e para o terceiro, o escabelo (mais do lado do fantasma, da palavra, do sentido). Retrata então as três etapas do ensino de Lacan em relação ao corpo: o corpo especular, o corpo como objeto a, e o Um corpo (de Joyce, o Sintoma).

Utiliza o texto de Brousse para falar de um novo imaginário que sustenta o estádio do espelho, um imaginário que tem uma base real. Lembra-nos que Lacan buscou a etologia para falar de um estatuto particular da imagem, um estatuto de real. Para isso cita o exemplo da pomba, que para desenvolver sua capacidade reprodutiva precisa ser exposta à imagem da sua espécie, marcando deste modo, e neste caso, um certo imperativo da imagem sobre as determinações do comportamento na espécie.

Apesar de ter sido o estádio do espelho o primeiro aparelho de gozo no primeiro ensino de Lacan, no último ensino, o que o sustenta é algo logicamente anterior, algo mais da ordem de lalíngua e do inconsciente real. Com isso, prioriza-se o Um do corpo como antecedente temporal e estrutural em relação ao estádio do espelho.

Fátima retoma Freud, quando este disse que o ego é primeiro, e acima de tudo corporal, e para Lacan, o ego se estabelece a partir da relação com o corpo. Não há aí identificação, mas propriedade, “ter um corpo”, daí a presunção do Um do corpo. Há o amor próprio do parlêtre, que se produz na união de lalíngua com o corpo, primeiro como gozo opaco, da ordem do sem sentido, que não faz cadeia, para então se permitir fazer laço, através do escabelo.

O Um corpo está mais próximo do ego, um ego corporal, anterior à operação significante. Há um narcisismo diferente do especular, e a possibilidade de amar, e de estabelecer laços, está intimamente relacionada a essa possibilidade de adoração do corpo próprio. Para que isso ocorra, são necessárias certas condições como: se defrontar com outro sujeito barrado e incompleto, passar pelas operações de causação da alienação, e da separação para que esse sujeito apareça como dividido.

O que importa do Outro é o significante que toca o corpo. A criança se dirige ao Outro tentando buscar um lugar, um desejo, um interesse particularizado, um significante que inaugure um lugar no Outro, caso contrário ela atua, pois será objeto.

Inicialmente, a criança experimenta sensações múltiplas e sem unidade (corpo fragmentado). Fátima, de acordo com Brousse, nos traz uma nova perspectiva do estádio do espelho, com as zonas erógenas (objetos a), funcionando como zonas de ancoragem permitindo um grampeamento do corpo fragmentado com a unidade do corpo. Quando não há o grampeamento, este corpo fica à deriva, produzindo angústia, horror, e uma catástrofe subjetiva muito intensa. A unidade falha tendo por efeito um transtorno no imaginário (peças soltas). Desse modo, o gozo aparece no próprio corpo sem mediação, despedaçando-o, causando alucinações e manifestações corporais.

Sem a ideia de ter um corpo, o significante incide sobre ele em sua dimensão real, e a criança então se remete à posição de objeto, ficando entregue ao funcionamento real das pulsões, sem ponto de capiton para produzir um efeito de sentido, propenso então às desordens subjetivas próprias da psicose.

O problema é que as peças soltas podem passar despercebidas e essas crianças podem ser diagnosticadas, por exemplo, com TDAH, ou qualquer outro significante mestre da época. Pensando nisso, Fátima ressalta que precisamos saber “fisgar onde é que as coisas se desarrumam”.

– “Corpos e imagens na era do Outro que não existe”

Convidada – Sandra Grostein (AME da EBP/AMP/SP)

Coordenação – Fabio Paes Barreto (EBP/AMP/Del MS/MT)

– data – 19 e 20 de junho

– local – sede da Delegação MS/MT

Delegação Paraíba

A Delegação Paraíba irá realizar as atividades preparatórias ao VII ENAPOL sob o guarda-chuva de uma atividade denominada “Curtas”, que englobam preparatórias aos eventos da EBP e da AMP, AMP- América, assim como das Jornadas.

São momentos independentes promovidos dentro da cidade, em instituições de ensino, clínicas, auditórios de centros culturais, entre outros, onde possamos divulgar a temática de cada evento, atingindo assim um público interessado, mas que não frequenta regularmente as atividades da Delegação Paraíba.

Em cada ocasião, serão convidados profissionais, artistas, jornalistas, professores, obedecendo a um critério que torne o debate o mais fértil possível para o interesse de transmissão da Psicanálise nas questões da vida na cidade.

CURTAS: “O DESAPARECIMENTO DO MUNDO REAL”

CONVIDADA: Cleide Pereira Monteiro – EBP/AMP

COORDENAÇÃO: Zaeth Nascimento e Georgiana Furtado

DATA: 23/04/2015

HORÁRIO: 20h00

LOCAL: UFPB

Delegação Paraná

Convidado – Rômulo Ferreira da Silva (EBP/AMP/SP)

Coordenação – Nancy Greca Carneiro (EBP/AMP/Del. Pr) e Marcia Stival Onyszkiewicz

Data: 14 de março

Horário: 19h

Local: Sede da Delegação Paraná

Convidado – Marcelo Veras (EBP/AMP/Ba)

– data – 30 de maio

– local – Sede da Delegação Paraná

Coordenador da atividade: Célia A. Ferreira Carta Winter

RESENHA:

Ram Mandil, em aula magna dos Cursos Introdutórios I e II e do Curso Intensivo de Psicanálise da Orientação Lacaniana na Delegação Paraná – EBP, intitulada “O inconsciente no século XXI”, trouxe à discussão a questão temporal assinalada no subtítulo do próximo Congresso da AMP: O corpo falante: sobre o inconsciente no século XXI. Sua fala procurou situar algumas hipóteses sobre a incidência do tempo neste conceito fundamental da psicanálise e como abordá-lo hoje.

Começa por apontar que a interferência temporal no inconsciente aparece de maneira mais óbvia na impossibilidade de pensa-lo como na época de Freud. A suspeita, portanto, é de que há alguma coisa no século XXI, na contemporaneidade, que afeta a noção de inconsciente. Sendo assim, ao contrário do que se pretende com o conceito científico, perdurar no tempo, um conceito analítico sofrerá as incidências do seu tempo e precisará responder aos seus impasses.

Como exemplo toma o texto Introdução ao Narcisismo de Freud e aponta como esse conceito, à época, ordenou alguma coisa, como permitiu transmitir o que se passa numa experiência analítica com uma certa ordenação, abrindo a possibilidade de leitura dessa experiência. Esse exemplo, dizia Ram, se demostra que os princípios de introdução dos conceitos da psicanálise são éticos e não ônticos, lembrando a passagem do Seminário 11 de Lacan sobre o inconsciente. Ou seja, que as reformulações serão feitas sempre a partir do que na clínica e na cultura nos impele a repensar os conceitos, no nosso caso, mais especificamente, o inconsciente.

Uma das hipóteses que levanta, e que amarra todo este movimento para re-situar os fundamentos sobre os quais trabalhamos, é a de que o que diferencia o mundo contemporâneo do vivido há 100 anos é uma modificação simbólica que incide diretamente nas maneiras pelas quais os sujeitos se relacionam com seus encontros com o real. Não custa lembrar que os dois últimos Congressos da AMP foram justamente sobre A Ordem Simbólica no século XXI, em 2012 e sobre Um real para o século XXI, em 2004.

Mas de que mudança simbólica se trata? Ram explica que tínhamos uma ordem simbólica como um saber que ordenava o real e que impunha a ele a sua lei, a lei simbólica. Um ordenamento que tornava possível distinguir uma coisa de outra. Era possível ordenar clinicamente a neurose, a perversão e a psicose, a partir da ordenação simbólica, por exemplo. Hoje, no entanto, se observa que, na clínica, podemos não saber, ou melhor, que a ordem simbólica não nos dá elementos suficientes para que possamos separar uma coisa da outra. Trata-se mais de um continuísmo do que de uma separação. E isso demanda a inserção de mais elementos para poder transmitir o que se passa numa experiência analítica.

Outra hipótese aventa sobre certa leitura das relações culturais como produtos exclusivos de uma construção simbólica cujos impasses poderiam ser resolvidos pela desconstrução. É como se todo o mal-estar, explica Ram, fosse fruto desta construção simbólica feita anteriormente e que, para alterar o estado das coisas, seria preciso desconstruir esses semblantes e reconstruir novos; que a fonte do mal-estar são esses velhos semblantes que já não conseguem ordenar o mundo e que podemos ver nas concepções de família, de gênero, da sexualidade, entre outras formas de organização que já não suportam as orientações e separações de outrora gerando, assim, uma desorientação generalizada.

Contudo, assinala que a psicanálise faz uma objeção a essa leitura de que tudo é semblante. E que essa é a objeção do real: tem alguma coisa que afeta os sujeitos e o campo do social e que atua como desregulação – o real –, e é ele que nos serve de orientação.

Posto isso, Ram se concentra na tentativa de Lacan em diferenciar “o inconsciente freudiano e o nosso” e nos traz então alguns aspectos que determinam a noção do inconsciente em Freud. Um desses aspectos seria a relação do inconsciente com a consciência, e o outro seria o aspecto intencional, a intenção de querer dizer alguma coisa outra. Isso implica o inconsciente estar atrelado ao sentido, ao fato de existir alguma outra coisa que quer se manifestar ou se realizar com uma outra intencionalidade e até mesmo uma outra temporalidade. Lacan, a partir dessa proposição freudiana, falará da lógica interna que organiza o inconsciente como uma linguagem.

Mas a partir do Seminário 20, como lembrou Ram, Lacan muda a perspectiva do inconsciente para colocá-lo ao lado do gozo e introduz a noção de causa. Ram retoma, então, o caso Signorelli de Freud e aponta que nele, Lacan se detém menos na elaboração “intérprete” do inconsciente e mais na noção de “causa”, no que produziu a supressão do nome do pintor. Lacan interessa-se, enfim, pelo real que provocou essa desregulação, pelo “sem lei” do real, do que não deixa que se colocar em relação a nada.

Nos situamos, então, na noção de parlêtre, ser falante, definido a partir da incidência da língua sobre a carne. E, por outro lado, o corpo, que também é produzido pela incidência da língua sobre a carne: eis que chegamos ao corpo falante, o título do nosso próximo Congresso, que Ram propõe lermos como o inconsciente enquanto corpo e fala para além da mediação do sentido, pensando aí como se articula o gozo do corpo e o gozo da fala. Essas são questões fundamentais para pensar o inconsciente no século XXI que foram abordadas generosamente por Ram Mandil nesta aula, e que nos animam a continuar trabalhando, afinal, como disse Lacan, um analista deve estar à altura do seu tempo.

Delegação Rio Grande do Norte

Filme: “A Céu Aberto”, de Mariana Otero
Comentários: Tânia Abreu (AMP/EBP – Diretora de Biblioteca da EBP)
– data – 06 março
– local – Auditório da Procuradoria Geral do Estado

Conversação: “Quando a imagem sidera”
Convidada: Tânia Abreu (AMP/EBP – Diretora de  Biblioteca da EBP)
Coordenação: Juliana Ribeiro
– data – 07 de março
– local – Sede da Delegação