Assim como a palavra precisa do branco do papel, o som precisa do silêncio.”

Gil Jardim

gilGilmar Roberto Jardim, conhecido como Gil Jardim, é um músico brasileiro, nascido em Ourinhos (SP) em 11 de janeiro de 1958. Desenvolve uma carreira profissional versátil e arrojada, unindo a performance como maestro, a docência, a pesquisa e ainda escrevendo música para seus projetos especiais. Tem se destacado por marcantes atuações em concertos com diversas orquestras sinfônicas nacionais e internacionais.

Começou a estudar música aos sete anos através do acordeão por influência de seu pai no interior do Estado de São Paulo. Mudou-se para São Paulo em 1976 e, dando seqüência aos seus estudos musicais, em 1977 ingressou no Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, lugar em que leciona desde 1985 e que dirigiu entre 2006 e 2009. Hoje é professor Livre docente e responsável pela cadeira de Regência Orquestral.

Transitando entre a música erudita, a música instrumental e a MPB, produziu composições, arranjos e atuou como maestro dirigindo espetáculos e gravações de CDs, como também em turnês pelo Brasil e pelo mundo, em trabalhos com músicos como Milton Nascimento, Gilberto Gil, Naná Vasconcelos, César Camargo Mariano, Ivan Lins, Leila Pinheiro, Egberto Gismonti, John McLauglin, David Russel, Jorge Cabalero, Gianluca Littera, Misha Brouggergossman, etc.

Como maestro dirigiu boa parte das grandes orquestras brasileiras: Orquestra Municipal de São Paulo, Orquestra de Câmara da OSESP, Orquestra Sinfônica do Paraná, Orquestra Sinfônica do Teatro Claudio Santoro, Orquestra Sinfônica do Recife, Orquestra Sinfônica da Bahia, Orquestra Sinfônica de Campinas, Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo, etc.

No exterior dirigiu orquestras como a Brooklyn Academy of Music Symphony Orchestra (Nova Iorque), a Royal Philarmonic Concert Orchestra (Londres), a Camerata Mexicana (México), a Orquestra Regionalle del Lazio (Roma) e Orquestra de Camara Mayo (Buenos Aires), a Indianapolis Chamber Orchestra (Indianápolis), a Orchestra Haydn de Bolzano e Trento (Bolzano), entre outras.

Gil Jardim é Sócio Diretor Artístico e fundador da Philarmonia Brasileira desde 1994, quando criou a Orquestra e tornou-se responsável pela direção, concepção e coordenação artísticas de suas atividades musicais.

Dirigindo a Philarmonia Brasileira, Gil Jardim realizou em 2008, a convite da Columbia Artists Management Inc.(CAMI), a maior tournée de uma orquestra brasileira nos Estados Unidos, tendo como solista Branford Marsalis, um dos mais renomados saxofonistas americanos da atualidade. Foram 40 dias de viagem com 27 concertos realizados. O projeto foi anunciando no território americano como “Marsalis Brasilianos”, e teve seu repertório montado com obras de Villa-Lobos e Darius Milhaud.

Ainda citando alguns trabalhos dos últimos anos, em 2012 dirigiriu a Orquestra Jazz Sinfônica, tendo como solista o bandolinista Hamilton de Holanda para a realização de The Mediterranean, um concerto de John McLaughlin. Em 2013 realizou Tourné com a Ochestra Haydn de Bolzano e Trento, pelo norte da Itália e Áustria. Em 2014 realizou concertos nos EUA e América Latina.

Desde 2001 é o Diretor Artístico e Maestro Titular da OCAM – Orquestra de Câmara da ECA/USP, grupo que celebra 20 anos de existência nesse ano e com o qual realiza suas programações anuais de concertos.

Nesta Temporada de 2015 a orquestra desenvolve um plano de assinaturas no Teatro Cetip, localizado no Instituto Tomie Ohtake. Em paralelo, realiza concertos no Auditório Ibirapuera. Entre os solistas da Temporada estão o violoncelista sérvio Viktor Uzur, o violinista brasileiro (EUA) Cármelo de Los Santos, o cantor e compositor Lenine, os pianistas Eduardo Monteiro e Luciana Sayuri, e o Coral Paulistano Mário de Andrade.

Discografía (sugerida)

  • Aurora Dórica – Papavento – (1984 – Selo Carmo)
  • Soprador de Vidro – (1999 – Selo Núcleo Contemporâneo – Trilha para o Balé do Teatro Castro Alves)
  • Villa-Lobos em Paris – (2005 – Selo Philarmonia Brasileira – Prime de Cultura / Revista Bravo, e prêmio Diapason d’Or)
  • Gil & Milton – Gilberto Gil e Milton Nascimento (arranjos e regência, 2000)
  • Aos Vivos – Chico César (arranjos e regência – 2003)
  • Fruto – Heloisa Fernandes (Selo Maritaca – direção musical – 2005)
  • Cartas Brasileiras – Lea Freire (Selo Maritaca – arranjos e regência – 2006)
  • Língua Mãe – Naná Vasconcelos (DVD – arranjos e regência – 2010)
  • Sinfonia Monumental – Hamilton de Holanda (arranjos e regência, 2010)

Literatura

  • O Estilo Antropofágico de Heitor Villa-Lobos (2005)
  • O quê foi feito de Villa (Revista USP – (2010)
  • Correspondências entre os processos composicionais de Heitor Villa-Lobos e os processos criativos do artista plástico Paul Klee(Revista OPUS – 2013)

Para saber mais:

Assista “Aconcagua”, concerto para Bandoneon e Orquestra, de Astor Piazzolla, com o solista Pablo Mainetti (Argentina) & OCAM, realizado no Auditório Ibirapuera em 27 de Março de 2011.

Assista ao programa da rádio cultura com Gil Jardim sobre O Estilo Antropofágico de Heitor Villa-Lobos (2012-01-23)

Assista ao vídeo do Concerto Jazz+Hamilton de Holanda. Esse Concerto traz os compositores Leonard Bernstein, Lea Freire e John McLaughlin, com regência do Maestro Gil Jardim e a presença do bandolinista Hamilton de Holanda.

Leia o artigo de Gil Jardim sobre as correspondências do processo composicional de Villa-Lobos com os processos criativos do artista plástico Paul Klee: link.