CITAS

O organismo humano é, a princípio, incapaz de promover essa ação específica. Ela se efetua por ajuda alheia, quando a atenção de uma pessoa experiente é voltada para um estado infantil por descarga através da via de alteração interna. Essa via de descarga adquire, assim, a importantíssima função secundária da comunicação, e desamparo inicial dos seres humanos é a fonte primordial de todos os motivos morai

Sigmund Freud, Projeto para uma Psicologia Científica. In: Edição Standard das Obras Completas, vol. I: Publicações pré-psicanalíticas e esboços inéditos. Rio de Janeiro. Imago. 1977. P. 422

Eis aí o lugar das tragédias amorosas, pois a repressão [Unterdrückung] do amor por meio da cultura social, das instituições humanas ou a luta conhecida nas óperas entre “amor e dever”, forma o ponto de partida quase infinito das variadas situações de conflito. Infinito tal como os sonhos diurnos eróticos das pessoas

Sigmund Freud, Personagens psicopáticos no palco. In: Arte, literatura e os artistas. Coleção Obras incompletas de Sigmund Freud. Belo Horizonte. Autêntica .2015. P. 51

Penso no que se passa na cabeça dele no momento em que lhe falo. Esse esforço para chegar a um acordo constitui a comunicação própria à linguagem. Esse tu é tão fundamental que intervém antes da consciência. A censura, por exemplo, que é intencional, age contudo antes da consciência, funcionando com vigilância: Tu não é um sinal, mas uma referência ao outro, é ordem e amor

Jacques Lacan, O Seminário, livro 1: os escritos técnicos de Freud. Rio de Janeiro. Zahar. 1986. P. 12

No centro do sistema de significantes, uma vez que essa demanda derradeira de ser privado de alguma coisa de real é essencialmente ligada à simbolização primitiva que se encontra inteiramente na significação do dom de amor

Jacques Lacan, O Seminário, livro 7: a ética da psicanálise. Rio de Janeiro. Zahar. (1991). P. 186

A cela analítica, mesmo macia, não é nada menos que um leito de amor, e isso devido ao fato de que, apesar de todos os esforços feitos para reduzi-la ao denominador comum da situação, com toda a ressonância que podemos dar a este termo familiar, não é uma situação senão por vir. Como eu dizia há pouco, é a situação mais falsa possível

Jacques Lacan, O Seminário, livro 8: a transferência. Rio de Janeiro. Zahar. 1992. P. 22

O que nos permite compreendê-lo é justamente a referência, que tentaremos adotar na próxima vez, aquilo que é, no contexto social, a situação do próprio amor

Jacques Lacan, O Seminário, livro 8: a transferência. Rio de Janeiro. Zahar. 1992. P. 22

La técnica erótica del amor cortés, lo que ella tenía de serio, es que aquellos que escribían estaban ellos mismos tomados, las obras que escribían formaban parte de la técnica erótica, que es una manera de presentar el ser-de-a-tres, puesto que en el amor cortés existe la dama sin piedad, lo cual no impide tener relaciones con partenaires diversos y existe el sujeto

Jacques-Alain Miller, Los usos del lapso. Buenos Aires. Paidós. (2004). P. 410

Ora, o que é que se passa? O que se passa é aquilo que chamamos em sua aparição mais comum efeitos de transferência. Esse efeito é o amor. É claro que, como todo amor, ele só é referenciável, como Freud, nos indica, no campo do narcisismo. Amar é, essencialmente, querer ser amado (…) o amor intervém em sua função aqui revelada como essencial, em sua função de tapeação

Jacques Lacan, O Seminário, livro 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro. Zahar. 1985. P. 239

A mí me produjo el efecto de leer de otra manera la cita de Lacan, “l’homme sert ici de relais pour que la femme devienne cet Autre pour elle-même, comme elle l’est pour lui», (…) Al escucharlo, lo veía como la repuesta de Lacan a un problema analítico y también a una frase de Simone de Beauvoir. Simone tenía la idea, en el feminismo existencialista, que la mujer era vacía en su existencia (…) eran más bien vacías a nivel de la acción social. Como las mujeres se presentaban vacías, necesitaban del discurso del hombre para identificar-se, para positivarse (…) pero es una falsa homologación. Lacan apunta exactamente a lo contrario. Para Lacan el hombre que le habla a una mujer de ella, es para que ella misma se vuelva Otra para sí misma y no Una para sí misma, y no con rasgos positivos

Éric Laurent, Comentario sobre: La pareja amor y goce: “Ser una mujer no-toda para el Uno.” de Angelina Harari. In: El amor y los tiempos del goce – Qué responden los psicoanalistas. Buenos Aires. Eol. Grama. 2011. P. 69-70

Ao rumar por esse circuito obrigatório para atingir o objeto de meu desejo, realizo para o outro justamente o que ele procura. Quando, inocentemente ou não, tomo esse desvio, o outro como tal, que aqui é objeto – observem bem – de meu amor, cairá forçosamente em minha rede

Jacques Lacan, O Seminário, livro 10: A angústia. Rio de Janeiro. Zahar. 2005. P. 37

El amor, que sigue las circulaciones y las vicisitudes de la libido, está en el principio mismo del lazo social. Hasta el punto de que percibimos con él qué estatuto del Otro pasa mucho más por el amor que por el goce. Percibimos allí por qué nuestro maestro Lacan en su seminario Aun, consagrado a la construcción de ese concepto de goce, confronta este goce con el amor, y por qué esta antítesis, esta dialéctica, esta tensión entre goce y el amor recorre toda su investigación

Jacques-Alain Miller, Autismo del goce. In: La fuga del sentido. Buenos Aires. Paidós. 2012. P. 165

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